... dos dióspiros, pois então.
O fruto da discórdia linguística (foto VO), com agradecimento à VS.
O fruto da discórdia linguística (foto VO), com agradecimento à VS.
E, antes que digam que é erro, convém alertar para o facto de a palavra estar bem escrita. DIÓSPIROS, sim senhor, com acento gráfico no primeiro 'o', é verdade.
Verdade, verdadinha é que ninguém o diz tal como deve ser - que é como quem diz, tal como se escreve: a palavra é esdrúxula (assim o dita o dicionário), mas toda a gente a pronuncia como se fosse grave (com a sílaba tónica no 'pi'). Não é de admirar, portanto, que, por influência da fala (incorreta), também quase todos escrevam (erradamente) o termo, sem o acento gráfico que se impõe.
Verdade, verdadinha é que ninguém o diz tal como deve ser - que é como quem diz, tal como se escreve: a palavra é esdrúxula (assim o dita o dicionário), mas toda a gente a pronuncia como se fosse grave (com a sílaba tónica no 'pi'). Não é de admirar, portanto, que, por influência da fala (incorreta), também quase todos escrevam (erradamente) o termo, sem o acento gráfico que se impõe.
Ainda hoje falei do caso aos meus alunos, até para que ganhem a noção de como a língua se encontra em mudança no estádio sincrónico em que nos encontramos, a ponto de atualmente já ninguém ter consciência de que deve escrever-se 'dióspiro' e não 'diospiro'; de que deve dizer-se a palavra como proparoxítona (acento fónico esdrúxulo) e não paroxítona (grave).
Ofertaram-me seis dióspiros. Um (dióspiro) já foi! Quando acabarem (os dióspiros), posso comprar mais (dióspiros), mas vou preparar-me para falar de forma errada (não vá a vendedora pensar 'Olha, olha... Professor de Português e a falar tão mal). Ironias da evolução da língua (viva).
Concordo com a tua exposição, Vítor, mas mais dia menos dia, a grafia grave vai acabar ser gramaticalizada, por muito adotada. O mesmo acontece com «eutanásia», quando se deve escrever e dizer «eutanasia», como sabes. Não será a primeira vez que o erro passa norma e ao sistema.
ResponderEliminarMeu bom amigo, consequências de uma língua viva, por norma grave na sua acentuação fónica.
EliminarE ainda bem que tais mudanças vão acontecendo, já desde o tempo das glosas do 'Appendix Probi', ou ainda estaríamos todos a falar latim clássico.
Abraço.
Caro Vítor : Foi preciso chegar quase aos 64 para que a forte aragem da Carruagem23 me mudasse o acento do dióspiro...Desde que me conheço sempre ouvi e pronunciei diospiro...Sempre gostei de ir à raíz das palavras, mas nunca fui à raíz do dióspiro!!! Fiquei sempre ...N'atividade de comer... o seu belo e delicioso... fruto.
ResponderEliminarPois, caríssimo Dalmindo, esta é a prova de que se está sempre a aprender. Pelo andamento da Carruagem, anda muita gente a aprender a dar nome ao fruto. Bendito seja este último, pelo bem que faz e que te mantém "N'atividade". Vai aparecendo, porque andas muito afastado da ESG.
Eliminar(PS: e, já agora, põe acento no diÓspiro, mas tira o de 'raiz', porque só a forma plural é que o apresenta: raízes).