É o que se pode dizer e escrever quando os gatos têm mais de sete vidas (para não falar de experiências e convívios muito recentes com outros "gatos").
Não era meia-noite nem as ruas da cidade estavam vazias (ao contrário do que diz a famosa canção da gata Grizabella). Havia, contudo, o luar: o da noite e o do palco que recebiam o público, a chegar desde as 20:30. Pouco depois de uma hora de espera, anunciava-se o começo: apareciam figuras esculturais e felinas junto a uma lixeira, num musical de canto e dança só interrompido por um curto intervalo.
Desde a estreia em 1981, no New London Theater (onde permaneceu em palco até 2002), muitos foram os países que assistiram a este espetáculo de Andrew Lloyd Webber com versos de T. S. Elliot, (na maioria, do Old Possum's Book of Practical Cats, da década de 30 do século XX; alguns outros mais que, não sendo de conhecimento público, foram integrados graças à cedência de vários textos pela viúva do escritor); milhões de espectadores se emocionaram com a magia da celebração da raça dos gatos Jellicle, bem como a escolha daquele que teria a hipótese de "renascer" para uma nova vida.
Desde a estreia em 1981, no New London Theater (onde permaneceu em palco até 2002), muitos foram os países que assistiram a este espetáculo de Andrew Lloyd Webber com versos de T. S. Elliot, (na maioria, do Old Possum's Book of Practical Cats, da década de 30 do século XX; alguns outros mais que, não sendo de conhecimento público, foram integrados graças à cedência de vários textos pela viúva do escritor); milhões de espectadores se emocionaram com a magia da celebração da raça dos gatos Jellicle, bem como a escolha daquele que teria a hipótese de "renascer" para uma nova vida.
Sugerido pelo poema "Rhapsody on a Windy Night", alguns dos versos de T. S. Elliot podem ser revistos na cantiga "Memory", cantada pela gata Grizabella:
Também na memória fica este espetáculo, de luz, cor e muita gataria. No final, fechado o baile dos Jellicle, o velho gato da tribo (Old Deutoronomy) indica como os espectadores devem lidar com os seus companheiros (afinal, aqueles que também circularam pela plateia e assustaram os mais desprevenidos): eles são muito parecidos com os humanos, feitos de beldades (como a gata branca Victoria), de vilãos (como Macavity), de perfecionistas (como Skimbleshanks, o gato dos comboios), de nostálgicos (como Gus, o gato do Teatro), de artistas mágicos (como Mistoffelees), de preguiçosos (Jennyanydots, a gata Gumbie), de poderosos (gato Rumpus), de engatatões narcisistas (Rum Tum Tugger), de líderes sábios (Old Deutoronomy) e também dos que se afastam para mais tarde regressar (Grizabella).
No meio de tanto gato - com cumplicidades, batalhas, bailes, alegrias e desapontamentos -, há vidas que se multiplicam numa lixeira que, podendo ser um tipo de mundo, sempre pode dar lugar a uma viagem com destino a um novo e universo; a uma nova oportunidade (Heaviside Layer). Nisso também os gatos ensinam os humanos, apelando para a dimensão da memória ("Memory").
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