Nada como ler alguns registos de alunos para encontrar algumas novidades.
Depois de tanto se ouvir, ler e falar sobre orações gramaticais, chega a novidade escrita: nem coordenadas, nem subordinadas, nem subordinantes. Alguém classifica uma oração como insubordinada!
Não sei se é mais um contributo teórico relevante (o tempo o dirá, talvez no contexto de uma gramática emergente, conforme Paul Hopper - aí pelos finais dos anos oitenta1 - a concebeu na sua natureza assistemática, periférica e flexível, a propósito da contingencialidade e da construção interativa das realizações discursivo-textuais), mas não posso deixar de ver tal classificação como um sinal de inconsciência e inconsistência discentes. Diria mesmo que se trata de uma marca de rebeldia e de aprendizagem (muito) radical!
NOTA: 1) in Emergent Grammar, Berkeley Linguistic Society, 13, 1987, pp. 139-153
Fico a pensar que, se não fosse a criatividade linguística - que esbate fronteiras / limites / regras e admite realizações aparentemente impensáveis -, a gramática não resistia a ter orações destas, como forma de pôr fim à dependência (subordinação) ou à coordenação - a bem da liberdade (linguística, em geral, ou gramatical, em particular).
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