domingo, 14 de junho de 2015

Produto novo?

     Tenho sérias dúvidas quanto ao novo produto.

     Primeiro, porque já é sobejamente conhecido, não obstante o empréstimo (proveniente do italiano lasagna) já entrado na grafia da nossa língua.
     Segundo, porque o produto tem defeito, a julgar pela publicidade que lhe está associada:


    É tão comum e antigo o erro que já não há paciência para lembrar que, entre outras, a técnica da negativa pode contribuir para a sua eliminação da escrita: 'provas-te' > não te provas (o pronome 'te' muda de posição, pelo que na afirmativa ele deve ser grafado separado do verbo por um hífen); 'provaste' > não provaste (os sons finais lidos em 'te' fazem parte da terminação verbal associada à conjugação na segunda pessoa do singular, com a configuração 'ste', sem qualquer alteração na posição pela aplicação da negativa - razão pela qual não pode haver separação da terminação face à respetiva forma verbal).
    Como a publicidade ultimamente tem usado e abusado de tal incorreção, grassa por aí um mal geral que não tem igual: partilhar o que não se deve, isto é, o péssimo uso da língua (porque errado).

      As lasanhas podem ser novas, mas o erro é velho. E, assim sendo, não compro as lasanhas do Continente. "Já provaste?" Não, nem quero. Em lugar do Continente, prefiro a ilha.

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