terça-feira, 18 de agosto de 2020

Esperando na caminhada

     Ainda por Valbom, junto ao Douro.

     O momento da caminhada deu para captar uma imagem, tornada fotografia.

    Nas margens do Douro - Valbom (Foto VO)  

      ESPERANDO NA CAMINHADA

No curso do rio,
há um bote sem barqueiro
olhando a margem.

Flui o fluvial leito...
Dois cabos prendem 
o boiante lenho.
Não há motor que o leve.
Não está para breve
singrar na corrente.

O ramalhar da árvore,
o áspero tronco lá estão...
Pedra, terra, arbustos secos,
alguém à espreita, mirando.

Nas cores da estação, 
há luz, calor, tons
para que o ânimo revigore.

Quando a partida acontecer, 
soltos os calabretes,
rumará a pequena barca
ao sabor de ondas e ventos.

Saiba o catraeiro navegar,
escolhendo os combadouros,
a evitar águas e sopros agitados
- sem espinhos nem louros,
mas com céu de sol e de luar.

        No curso da vida, há tempo para as palavras e há de vir o tempo salinado do mar. 

2 comentários:

  1. Num já quase outonal cenário e alguma nostalgia, constróis um belo poema - um "céu de sol".
    Obrigada pela partilha.
    Gostei muito da foto, em que "há um bote sem barqueiro/
    olhando a margem", que pode ser também um sinal de esperança e de futuro.
    Um abraço
    Dolores

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  2. Obrigado, Dolores, pela apreciação.
    Vamos à Esperança, que é um olhar de futuro.
    Beijinho.
    VO

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