O momento da caminhada deu para captar uma imagem, tornada fotografia.
Nas margens do Douro - Valbom (Foto VO)
ESPERANDO NA CAMINHADA
No curso do rio,
há um bote sem barqueiro
olhando a margem.
Flui o fluvial leito...
Dois cabos prendem
o boiante lenho.
Não há motor que o leve.
Não está para breve
singrar na corrente.
O ramalhar da árvore,
o áspero tronco lá estão...
Pedra, terra, arbustos secos,
alguém à espreita, mirando.
Nas cores da estação,
há luz, calor, tons
para que o ânimo revigore.
Quando a partida acontecer,
soltos os calabretes,
rumará a pequena barca
ao sabor de ondas e ventos.
Saiba o catraeiro navegar,
escolhendo os combadouros,
a evitar águas e sopros agitados
- sem espinhos nem louros,
mas com céu de sol e de luar.
No curso da vida, há tempo para as palavras e há de vir o tempo salinado do mar.
Num já quase outonal cenário e alguma nostalgia, constróis um belo poema - um "céu de sol".
ResponderEliminarObrigada pela partilha.
Gostei muito da foto, em que "há um bote sem barqueiro/
olhando a margem", que pode ser também um sinal de esperança e de futuro.
Um abraço
Dolores
Obrigado, Dolores, pela apreciação.
ResponderEliminarVamos à Esperança, que é um olhar de futuro.
Beijinho.
VO