Haverá, por certo, razões para tal.
Isto de ver os heterónimos pessoanos como diferentes do ortónimo só em certa medida faz sentido. De resto, é natural que nos primeiros haja ecos do último e vice-versa (quanto mais não seja, porque Caeiro é assumido por Pessoa como o Mestre).
A ilustração de João Viegas é sintomática destas relações entre criador e seres criados:
Ilustr. João Viegas, in: Um outro lado de Fernando Pessoa (2016)
Entre o que um pensa e o(s) outro(s) recupera(m), compõem-se as duas faces de uma moeda: na diferença e na diversidade não deixa de se sentir a unidade.
As pessoas que o autor tem são tantas que qualquer ser humano nelas se reconhece bem.
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