A sucessão dos dias húmidos, chuvosos...
Basta um raiozinho de sol para germinar alguma alegria.
Um pequeno espetro de luz, no céu, faz-se notar entre as pesadas nuvens cinza. O horizonte lá está, mais distante do que brilhante.
Por cá me fico, vendo e ouvindo as ondas, trazendo maresia; salgando a pele com gotículas tão mínimas que apenas se sentem lançadas pelo vento; rumorejando viagens marinhas; assistindo ao espraiado voo da gaivota. Tão só, tão iludida da sua liberdade, tão esvoaçante, como em fuga do céu pesado e do mar agitado (nem Tchékhov a veria tão desencantada num lago, não estivesse ela a sobrevoar o oceano).
Chega um fim de tarde que salga e robustece a alma, à espera de melhores dias.
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