Aproximam-se tempos de publicidade para o melhor (?!) dos mundos.
Tudo é possível, nada é melhor, o céu é o limite e o que esteja para além dele também. Já se ouviram estes discursos ao longo de décadas e, agora, estão para (re)começar nessa campanha estratégica do que vão ser ciclos de formação de vários grupos editoriais. O pretenso interesse da formação conjuga-se com o inegável caminho a fazer para motivos económico-financeiros que se impõem. E tudo parece valer, desde que a adoção de projetos editoriais se venha a concretizar.
Fica a cargo de quem participa nessas sessões formativas a verdadeira avaliação. Não é pela editora ou pelos nomes de capa surgidos (alguns a validar / certificar o impensável) que as escolhas se devem pautar. Antes pelo conteúdo. E no que ao ensino do Português diz respeito, ele chega a ser basilar.
Começo por avaliar os ciclos formativos... ou deformativos:
Começo por avaliar os ciclos formativos... ou deformativos:
Confusão de pronomes com determinantes não é bom exemplo de formação
(slide exposto numa sessão de um ciclo formativo editorial para docentes)
(slide exposto numa sessão de um ciclo formativo editorial para docentes)
Se é disto que se apresenta a professores do ensino básico e/ou secundário ou que se vai propor em novos projetos, muita atenção é necessária na hora de escolher o que possa vir a ser um material auxiliar de ensino-aprendizagem. Convém que auxilie; que não complique ou dê em erro ou área crítica, promovendo a confusão de classes de palavras básicas, para o público que se destina.
Que sejam alunos a confundir determinantes com pronomes (possessivos ou de outra subcategoria que seja), ainda vá que não vá! Autores de projetos ou de formações para docentes a causar tal desacerto ou desconcerto é caso bem mais sério, por mais sustentados que estejam em contributos linguísticos ainda sujeitos a problematização e consensualização (no âmbito da investigação e não da linguística aplicada ao ensino).
Tratando-se de uma formação para docentes do ensino básico e secundário, interessará ver o nome 'abraço' antecedido dos determinantes 'o seu'; conclua-se como o pronome estaria 'em vez do núcleo nome' (/ grupo nominal). Esta é a transposição típica e consensual no discurso pedagógico-didático dos ensinos básico e secundário. Outras trarão uma confusão que, por ora, não interessa muito operacionalizar, na perspetiva de uma gramática pedagógica. Deixemos certas questões para o domínio académico ou para linhas de investigação sujeitas a discussão.
Não vá o Diabo tecê-las, vou já alertando para que, futuramente, não tenha que mandar riscar alguns manuais. (E, já agora, que não se fique com a ideia de que todos os adjetivos relacionais configuram complementos de nome, como se lê no fim, pois isso levar-nos-ia mais longe neste comentário).
Que sejam alunos a confundir determinantes com pronomes (possessivos ou de outra subcategoria que seja), ainda vá que não vá! Autores de projetos ou de formações para docentes a causar tal desacerto ou desconcerto é caso bem mais sério, por mais sustentados que estejam em contributos linguísticos ainda sujeitos a problematização e consensualização (no âmbito da investigação e não da linguística aplicada ao ensino).
Tratando-se de uma formação para docentes do ensino básico e secundário, interessará ver o nome 'abraço' antecedido dos determinantes 'o seu'; conclua-se como o pronome estaria 'em vez do núcleo nome' (/ grupo nominal). Esta é a transposição típica e consensual no discurso pedagógico-didático dos ensinos básico e secundário. Outras trarão uma confusão que, por ora, não interessa muito operacionalizar, na perspetiva de uma gramática pedagógica. Deixemos certas questões para o domínio académico ou para linhas de investigação sujeitas a discussão.
Não vá o Diabo tecê-las, vou já alertando para que, futuramente, não tenha que mandar riscar alguns manuais. (E, já agora, que não se fique com a ideia de que todos os adjetivos relacionais configuram complementos de nome, como se lê no fim, pois isso levar-nos-ia mais longe neste comentário).
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