quinta-feira, 19 de maio de 2022

Rumo ao mar

      Comemorando o Dia da Escola Azul.

     Ficam uns versinhos para a ocasião, quando céu e mar se tornaram mais azuis, na humanidade de um cordão com olhos postos no horizonte:

      Saíram da escola e das salas de aula,
      animados com uma bandeira na mão.
      Desceram a cidade, foram até ao mar,
      com vontade de formar um cordão.
 
Apontamentos de um dia frente ao mar em cordão humano (montagem vídeo - VO)

     Assim se resume a celebração do Dia Escola Azul, levada a cabo pelo Agrupamento de Escolas Dr. Manuel Laranjeira, em parceria com o programa Escola Azul (Ministério do Mar), a Estação Náutica de Espinho e a Câmara Municipal. 
     O propósito de formar um cordão humano pelo Oceano permitiu juntar alunos, professores, famílias, entidades parceiras da comunidade local - uma rede que se pretende coesa no ato de educar e no propósito de alertar para o que mais nos tem de aproximar para haver futuro
   Ver o mar e sensibilizar para a importância da preservação ambiental e dos ecossistemas marítimos, enquanto património da humanidade e do bem comum, foram objetivos conseguidos, num dia que, abrilhantado pelo sol e pelo calor, convidou a população a juntar-se, a dar mão a uma causa conjunta.

     Porque o mar é origem de vida, este foi dia vivo, tomado dessa energia que torna o espírito livre e  dedicado a movimentos de preservação e sustentabilidade ambiental.

quarta-feira, 18 de maio de 2022

Quando um ou outro são ambos

        Aquele momento em que te perguntam se é X ou Y e...

    ... a resposta correta compreende os dois termos - situação em que o 'ou' não pode ser, portanto, disjuntivo ou de exclusão dos mesmos.

        Q: É 'parquímetro' ou 'parcómetro'?

      R: Ambos. Caso para dizer que "Venha o Diabo e escolha", que é sempre expressão para admissão de duas hipóteses num cenário de difícil resolução. Reconheça-se, nas palavras questionadas, um processo de composição, no qual a vogal de ligação ('í' ou 'ó') pode ser indiciadora ora de algum motivo etimológico na formação da palavra ora de alguma deriva associada à própria mudança e à utilização dos falantes da língua.
     Tipicamente a vogal de ligação é, nestes casos, uma pista do marcador casual na composição de palavras com radicais latinos ou do grego antigo. Justifica-se, assim, o recurso a duas vogais de ligação: 'o' e 'i'. A última remete para um radical da direita com origem latina e representa uma estrutura de modificação (sem alteração da classe de palavras):

           [fratr] i [cid]a
                                                   [agr] i [cultor]

        Já a primeira escapa à descrição anterior:

                                                   [polític] o [económic]o
                                                   [lus] o [brasileir]o

      Estas tendências generalizantes são, porém, contraditas por exemplos em que 'o' antecede radical de origem latina (ex.: [gen] [cíd]io), em confronto com '[reg] i [cíd]io') ou 'i' é seguido de radical de origem grega (ex.: [veloc] í [metr]o, em contraste com [flux] ó [metr]o).
    Além disto, casos há na língua em que uma mesma palavra composta admite ambas as vogais de ligação, conforme verificável nos seguintes casos: 'organigrama' / 'organograma'; 'parquímetro' / 'parcómetro'; 'taxinomia' / 'taxionomia'. Estes últimos pares de exemplos propõem, por um lado, alguma relativização da consciência etimológica dos falantes; por outro, a consideração de outras lógicas fundadas mais na frequência e na analogia da composição, em particular, e da formação de palavras, em geral.

     Conclusão: há perguntas que apontam para respostas bem complexas, em termos de informação morfológica. Mais inclusão do que exclusão; mais conjunção do que disjunção.