Dizem que há 75 anos foi assim que Pessoa se despediu desta vida, escrevendo a lápis. Uma vida renascida para cada futuro leitor.
Três quartos de século separam-nos da morte de Fernando Pessoa, anunciada, apenas a 3 de Dezembro, no periódico Diário de Notícias, nos seguintes termos:
Fernando Pessoa, Pintura a óleo do polaco Jacob Porat
MORREU FERNANDO PESSOA
Grande poeta de Portugal
Este foi o título de uma notícia, saída a público um dia depois do seu enterro.
Declarada a morte no dia 30 de Novembro de 1935, o poeta é sepultado no jazigo da avó (Cemitério dos Prazeres), no dia 2 de Dezembro.
É do dia 3 a notícia de que se dará conta, embora haja uma curta, publicada no próprio dia do enterro, de O Comércio do Porto, com o seguinte teor:
"Realizou-se, hoje, o funeral do poeta Fernando Pessoa, ontem falecido, autor insigne do Orfeu, cuja morte causou dolorosa impressão nos meios intelectuais. De espírito crítico admirável, Fernando Pessoa contava 47 anos de idade. Deixa uma extensa obra quási toda inédita e na sua maioria nas línguas portuguesa e inglesa."
Bem mais extenso é o registo do Diário de Notícias:
Declarada a morte no dia 30 de Novembro de 1935, o poeta é sepultado no jazigo da avó (Cemitério dos Prazeres), no dia 2 de Dezembro.
É do dia 3 a notícia de que se dará conta, embora haja uma curta, publicada no próprio dia do enterro, de O Comércio do Porto, com o seguinte teor:
"Realizou-se, hoje, o funeral do poeta Fernando Pessoa, ontem falecido, autor insigne do Orfeu, cuja morte causou dolorosa impressão nos meios intelectuais. De espírito crítico admirável, Fernando Pessoa contava 47 anos de idade. Deixa uma extensa obra quási toda inédita e na sua maioria nas línguas portuguesa e inglesa."
Bem mais extenso é o registo do Diário de Notícias:
in Maria José de Lencastre,
Fernando Pessoa - Uma Fotobiografia,
Imprensa Nacional Casa da Moeda e Centro de Estudos Pessoanos, pp. 310-311
Esta a notícia necrológica.
Mas, para o reconhecimento do escritor e, acima de tudo do homem, acrescenta-se um episódio de vida, com a verdade, a moralidade e o valor que lhe quiserem dar:
"... ocorre-me que, numa ocasião, entrando eu num eléctrico (recordo-me bem, era da carreira da Estrela), deparo com Fernando Pessoa que me pergunta de chofre: «Já notou uma coisa, ó Pascoaes? Há escritores de quem toda a gente fala e ninguém lê, e outros de quem ninguém fala e toda a gente lê. E destas duas espécies, qual, em seu entender, tem mais valor?» Respondi que aqueles de quem toda a gente fala e ninguém lê, e Fernando Pessoa rematou: «é também a minha opinião».
Teixeira de Pascoaes, entrevista a O Primeiro de Janeiro, 24-5-1950
Pequenos registos para um (até dois... três... imensos) dos grandes da língua e da literatura portuguesas no mundo.