Frase de Amadeo de Souza-Cardoso, referindo-se ao "aqui" (deítico) que é Paris.
Não espanta, portanto, que o documentário, hoje mundialmente estreado e transmitido pela RTP1, seja francês; que Paris se renda a uma exposição dedicada ao pintor português modernista, no Grand Palais (em exibição desde hoje até 18 de julho). Parece que os homens do primeiro modernismo português estão destinados a ser conhecidos desta forma: assim foi com Pessoa, com Mário de Sá-Carneiro,...
Numa mestria de movimentos, na intensidade do brilho e na policromia das pinturas, a genialidade do jovem português de Manhufe (Amarante) impõe-se no centro cultural europeu de então, bem como nos Estados Unidos - palcos abertos a uma rede de influências marcante e que muito contribuíram para o reconhecimento daquele que se afirmou na sensibilidade estética e artística dos movimentos de vanguarda, pela expressão cubista, futurista e expressionista, sem dela fazer escola, a bem da pluralidade que sempre defendeu.
Vídeo sobre a exposição no Grand Palais (Paris)
Falece, com apenas 30 anos, em Espinho, em 25 de outubro de 1918. Refugiou-se nesta localidade numa tentativa inútil de escapar à epidemia de Gripe Espanhola (pneumónica), depois de ter auxiliado a mulher e a irmã na mesma luta.
Seis anos antes vira desaparecer um amigo - Manuel Laranjeira - que conhecera na localidade onde havida passado os verões da juventude, numa casa da família localizada muito perto da praia (praticamente ao lado do atual Casino, e da qual presentemente não resta nenhum vestígio).
Programa televisivo de relevo para um artista excecional, na breve vida longamente silenciada e praticamente esquecida por um regime que o fechou à visibilidade por ele conquistada.
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