sábado, 21 de janeiro de 2017

Um julgamento com muito que se lhe diga.

       Depois do apontamento de há dias, a reflexão regressa.

     Desta feita, ela é revista a partir de um vídeo (com tradução em português do Brasil) que me fizeram chegar e que está na linha de alguns dos pressupostos que mencionei nesse apontamento:

Vídeo publicado no Grupo de Mentoria "Humana" 
(projeto de investigação da Escola-de-Redes)

    A parte da valorização do professor é significativa (e aplaudo-a). A de como chegar ao futuro é pouco sustentada, até porque dependente de muitas condicionantes que nem sempre se controlam e/ou anteveem no presente e no contexto de ação escolar. Muito do percurso a cumprir passa por uma cultura de empenho, de esforço, de persistência no trabalho, tão válidos na escola como na vida que existe para lá das paredes e dos muros das escolas. Todavia, são muitas as resistências e as culturas que algumas estruturas sociais educativas (nomeadamente algumas famílias que não convergem com tais valores) optam por contrariar, nomeadamente não ensinando o que é autoridade. Frequentemente é a escola a ter de o fazer, com um reconhecimento que muitas vezes se revela tardio.
    Uma dinâmica interativa, participada e colaborativa contribuirá para um estado de coisas bem distinto do que é julgado. E, por certo, não é sobrecarregando, fazendo mais do mesmo, apostando em inutilidades e "chicoespertismo" que o caminho se faz.
     Entre os aspetos que reconheço (a diferenciação desejada, a visão crítica da organização da escola, a relativização necessária à influência partidária na construção do currículo e de muitas orientações da escola, a adoção de múltiplos dispositivos estratégicos na avaliação, o reconhecimento dos diferentes dons e das múltiplas inteligências) e os que critico (as generalizações, o preconceito do conformismo da escola, a afirmação de imagens de escolas distintas como sendo iguais, a consideração de que nada mudou num século e de que tudo não passa de reprodução do passado, a redução da escola à dominante da costumização e do "costumer", a defesa de modelos de escola transpostos e desajustados dos contextos), fica o registo para memória futura - seja ela lá qual vier a ser. 

      Não se pode ser crítico sem o sustento do saber. Muito do progresso social e muita da evolução dos tempos também passaram e foram conseguidos pelos que andaram na escola. Não é possível fechar um caso que requer uma análise multifocada no(s) objeto(s) e objetivo(s) que o definem.

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