sábado, 10 de junho de 2017

Famílias poéticas ou da língua

     Feriados ao sábado são um desperdício (ao domingo também).

    Dia de Camões, de Portugal e das Comunidades Portuguesas foi dia celebrado entre o Porto e o Rio de Janeiro, a falar português, esse idioma que une continentes e se fez pátria - pelo menos, assim o dita essa citação poética revista em azulejo:



     Em dia de Camões, não é heresia nenhuma citar Pessoa, este que parecia ver-se no espelho como esse "supra-Camões" sugerido numa sequência de artigos sobre a nova poesia portuguesa, escritos em 1912 para a revista A Águia (órgão do movimento da Renascença Portuguesa). Talvez não seja muito rigoroso dizer-se que o pensamento é de Fernando Pessoa, quando de Bernardo Soares se trata, o semi-heterónimo do Livro do Desassossego.

      Num feriado dedicado (também) ao poeta, é a língua e a cultura que se reveem nessa identidade de comunidades e famílias poéticas feitas de um mesmo material que é, simultaneamente, objeto e construção, em aberto, às potencialidades (re)criadas na e pela arte.

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