sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Andar / estar na berlinda

        Hoje cruzei-me com esta expressão, mais concretamente com uma das suas explicações.

     A guia da visita ao Museu Nacional dos Coches (Lisboa), depois de ter apresentado vários exemplares desse que foi ou tem sido (desde há séculos) o meio de transporte da realeza ou da aristocracia nobiliárquica, e também eclesiástica, chegou à demonstração do que era uma berlinda ou, do alemão, uma 'Berline':

Berlinda da Casa Real - Museu Nacional dos Coches (Foto VO)

     Comparativamente ao acervo de viaturas que havia sido anteriormente apresentado (faustoso e destinado a usos muito específicos e, por vezes, singulares), esta era uma carruagem de quatro rodas, leve e, por isso, mais rápida. Distinta do coche pelo tipo de suspensão, a caixa de transporte deixa de estar suspensa, mais comodamente assentando sobre duas fortes correias de couro (que dão maior estabilidade). Construída nas décadas finais do século XVII para Frederico Guilherme I de Brandemburgo, recebeu a designação da capital de Brandemburgo - actualmente capital da Alemanha: Berlim.
    Neste caso, estar ou andar na berlinda significaria dar nas vistas, chamar a atenção, estar em destaque, numa relação sinonímica de ostentação, luxo, riqueza. 
   Há, contudo, uma outra versão para a origem desta expressão: 'berlinda' é também palavra proveniente do italiano para referir um poste de madeira que, em praça pública, servia para expor a cabeça dos condenados ou para executar / açoitar criminosos, expondo-os a escárnio público.

     Em qualquer dos casos seria uma forma de chamar atenção, de evidenciar algo - razões, porém, bem diferentes, por certo, a ponto de se justificar a preferência pela versão do meio de transporte.

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