Começou o dia com o anúncio da morte de Ennio Morricone.
Não se pode dizer que seja inesperado, para quem já tinha 91 anos, mas a juventude e a força reveladas um ano antes, no concerto do Altice Arena (Portugal), faziam prever que ainda havia resistência suficiente para construir novas melodias ou conduzir outros espetáculos.
Falar de Ennio Morricone é sinónimo, entre outras coisas, de música no cinema. O compositor e maestro italiano, nascido e falecido na sua cidade natal (Roma), é uma figura mundialmente conhecida, pela projeção que teve, e ainda tem, com as bandas sonoras de filmes como Era uma vez na América (1984), A Missão (1986) ou Cinema Paraíso (1989), só para citar alguns dos títulos mais sonantes.
Dizer que ele deixou música para a vida é afirmação demasiado simplista, porque foram / são várias as melodias que estão gravadas na mente: das mais de quatrocentas partituras que compôs para cinema e televisão, há ainda a acrescentar mais de uma centena de obras clássicas.
As cinematográficas são, efetivamente, as de maior projeção. São mais do que reconhecíveis sonoridades como...
Banda sonora de "Era uma vez na América" (1984)
... ou...
Interpretação de uma das músicas de Ennio Morricone,
no filme Cinema Paraíso (1989)
A sua primeira indicação para Óscar ocorreu em 1979, pela banda sonora de Days of Heaven (Terrence Malick, 1978); a segunda, por A Missão (Rolland Joffé, 1986); outras se seguiram, até que, em 2007, recebe, a título honorífico e pelos contributos na música da Sétima Arte, o Óscar Honorário. Em fevereiro de 2016, finalmente, acaba por ganhar seu primeiro Óscar competitivo, por The Hateful Eight (Quentin Tarantino).
A ligação do compositor a Portugal, para além dos espetáculos cá conduzidos, faz-se também com a voz de Dulce Pontes. Com o álbum Focus (2003), materializou-se uma colaboração da cantora portuguesa com o maestro italiano: ela a cantar alguns dos clássicos dele, que se tornou seu admirador na voz.
E entre os clássicos, apareciam alguns originais - um deles intitulado "O Amor a Portugal":
E entre os clássicos, apareciam alguns originais - um deles intitulado "O Amor a Portugal":
Versão orquestral de "O Amor a Portugal", de Ennio Morricone
O dia há de nascer
Rasgar a escuridão
Fazer o sonho amanhecer
Ao som da canção e então
O amor há de vencer
E a alma libertar
Mil fogos ardem sem se ver
Na luz do nosso olhar
Na luz do nosso olhar
Um dia há de se ouvir
O cântico final
Porque afinal falta cumprir
O amor a Portugal
O amor a Portugal
Se a música é símbolo de harmonia, Ennio Morricone muito contribuiu para ela(s). RIP.
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