Não sei porquê, mas hoje pensei muito em Pre. António Vieira.
Há tempos, redigi um apontamento a propósito do Sermão do Bom Ladrão (1655), no qual se reflete sobre a "arte de roubar".
Direi que há artistas no ofício, com toda a perícia; outros há que os ensinam ou defendem nessa "arte" tão injusta.
No meio de tanta "dedicação artística", há comparações inevitáveis:
Direi que há artistas no ofício, com toda a perícia; outros há que os ensinam ou defendem nessa "arte" tão injusta.
No meio de tanta "dedicação artística", há comparações inevitáveis:
"Basta, senhor, que eu, porque roubo em uma barca, sou ladrão, e vós, porque roubais em uma armada, sois imperador?
Assim é. O roubar pouco é culpa, o roubar muito é grandeza; o roubar com pouco poder faz os piratas, o roubar com muito, os Alexandres."
P.e António Vieira, in Sermão do Bom Ladrão
Tenho lido (não porque o faça muitas vezes, mas porque é o resultado final da leitura)!
Entre pirata ou Alexandre, salva-me o facto de ter outro nome - não sei se para louvar, mas nunca para roubar.
Entre pirata ou Alexandre, salva-me o facto de ter outro nome - não sei se para louvar, mas nunca para roubar.
Há ladrões..., perdão,... sermões que ganham sentido com que o dão a ver... melhor... a ler (particularmente no que lembram da "grandeza do roubar").
Bom dia, Vítor. Mesmo certeiro o teu post, em tempos confusos de polícias e ladrões. E não é brincadeira inocente de crianças em alegre correria. É jogo camuflado de adultos que a muitas gerações causam dano.
ResponderEliminarAo longo da vida, tanta coisa tem modificado, mas este assunto do Sermão de Padre António Vieira, tal como outros, continua, terrivelmente, atual.
Oxalá mude e que não demore quatrocentos anos.
Um abraço, Vítor, e um dia com boas maresias.
Obrigado, Dolores. Tenho andado fugido da carruagem, apesar da vontade de viajar (mais real do que virtual). Os tempos são de desencanto(s) e estes adultos não ajudam muito a melhorá-los. Pior quando, segundo o discurso de há séculos, merece ser-se tão crítico hoje quanto outrora. Beijinhos.
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