sexta-feira, 21 de maio de 2010

Reciclem a língua, já agora!


   Num folheto publicitário, destinado à troca e à reciclagem de máquinas de café.

    Anda tão mal-tratada a língua que nem à reciclagem das máquinas de café esca-pa.
    Assim se lê num impresso, que, de mão em mão, vai espalhando erro que nem vírus. O caso não é para gripe (já o foi!); é para língua em disfunção.
    É verdade que a configuração de um sujeito oracional ("Garantir o tratamento adequado e a reciclagem destes resíduos") é uma complexidade a considerar, ainda para mais com uma coordenação de gru-pos nominais (tomados como comple-mento directo complexo da subordinada infinitiva). Porém, isso não pode fazer esquecer que toda a construção transcrita funciona, na frase matriz, como sujeito sintáctico, o qual não pode ser separado do predicado (não menos complexo) por uma vírgula.
    Se o emprego deste sinal de pontuação tem alguma possibilidade de variação, neste caso a questão é decisiva.

   Até estava a pensar reciclar a minha máquina de café, mas, assim, recuso-me a fazê-lo. O grão de café saiu mais do que torrado... amargou mesmo.

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