Uma palavra que tanto cantou fica na memória de quem a escutou.
SODADE
Quem mostra' bo
Ess caminho longe?
Quem mostra' bo
Ess caminho longe?
Ess caminho
Pa São Tomé
Sodade sodade
Sodade
Dess nha terra São Nicolau
Si bô 'screvê' me
'M ta 'screvê be
Si bô 'squecê me
'M ta 'squecê be
Até dia
Qui bô voltà
Sodade sodade
Sodade
Dess nha terra São Nicolau
Um dia para prantear, ao jeito de uma morna, a familiar 'Cize' (Cesária Évora), que pisou vários palcos do mundo sempre na ânsia de regresso ao seu Mindelo (de S. Vicente).
'Sodade' é o sentimento e o hino para uma voz que se silenciou, aos setenta anos, na sua fonte mais genuína e autêntica: a da pessoa que fez projetar Cabo Verde para o mundo.
Depois de um dueto com uma voz do Brasil, fica o registo deste outro divulgado há cerca de quatro anos, com mais uma voz desta feita portuguesa...
... Portuguesa como a língua que une todos os que a cantam, nas suas múltiplas variedades.
Depois de um dueto com uma voz do Brasil, fica o registo deste outro divulgado há cerca de quatro anos, com mais uma voz desta feita portuguesa...
... Portuguesa como a língua que une todos os que a cantam, nas suas múltiplas variedades.
SODADE
Quem mostra' bo
Ess caminho longe?
Quem mostra' bo
Ess caminho longe?
Ess caminho
Pa São Tomé
Sodade sodade
Sodade
Dess nha terra São Nicolau
Si bô 'screvê' me
'M ta 'screvê be
Si bô 'squecê me
'M ta 'squecê be
Até dia
Qui bô voltà
Sodade sodade
Sodade
Dess nha terra São Nicolau
Com a perda física de Cesária, o português perde também uma das maiores representantes do género musical da morna, aquele que a tornou La Diva aux Pieds Nus, embaixadora musical desse arquipélago atlântico ao Senegal encostado.
Um dia para prantear, ao jeito de uma morna, a familiar 'Cize' (Cesária Évora), que pisou vários palcos do mundo sempre na ânsia de regresso ao seu Mindelo (de S. Vicente).
Sabias que, nesta letra, se lê que o povo cabo-verdiano canta a sua saudade referindo-se a S. Tomé?
ResponderEliminarEra o tempo em que o arquipélago de S. Tomé e Príncipe precisava de gente para a produção de café e cacau. Muitos trabalhadores eram recrutados em Cabo Verde, com a promessa de regresso com grande fortuna. Só que a viagem para S. Tomé era dispendiosa, paga com o dinheiro conseguido pela penhora de ganhos futuros.
Chegados a S. Tomé, eles ficavam em barracas, nas “roças” dos Senhores. Tudo aquilo de que precisavam tinha de ser comprado a estes últimos, a renda da barraca incluída. Assim, em vez da prometida fortuna era a dívida que crescia.
Como no final das safras havia dívidas aos patrões, só os que ainda tinham a quem recorrer em Cabo Verde conseguiam “comprar” o regresso; os mais pobres que iam ficando -"quem te mostrou esse caminho longe? quem te mostrou esse caminho longe?"
Abç