Título de um novo romance de Manuel Maria, um livro à guarda do tempo na ânsia de o poder ler.
Fossem cinco as palavras! São muitas mais, impressas em páginas que, à semelhança de outras publicações já produzidas e a julgar por outras histórias que já deram livros (também eles com títulos de cinco palavras), merecem leitura atenta.
Um amigo lança um romance, uma amiga apresenta-o, outros amigos assistem e um rosto impõe-se aos olhos de todos e muitos mais, bem presentes, de todas as idades. Muitos vão reparando na capa, folheando o que o autor sublinha ser uma obra de ficção, com a seiva da História, da Literatura e da(s) Humanidade(s) e de uma personalidade, tão nacional como do mundo, colocada no centro da narrativa.
Com a chancela da editora "Lugar da Palavra", a Biblioteca da Escola Secundária de Gondomar foi o ponto de encontro para sorrisos, afetos e saberes partilhados, numa fraternidade também construída com palavras ditas e escritas (tais como as do missionário jesuíta que é dado a ler).
Com a chancela da editora "Lugar da Palavra", a Biblioteca da Escola Secundária de Gondomar foi o ponto de encontro para sorrisos, afetos e saberes partilhados, numa fraternidade também construída com palavras ditas e escritas (tais como as do missionário jesuíta que é dado a ler).
Padre António Vieira, orador e prosador, revive nas linhas agora escritas e expostas a um público leitor que precisa de conhecer mais do homem, do tempo e da visão do mundo seiscentista, para nele perscrutar um ideólogo do "novo mundo", um profeta, um fundador de mitos futuros feitos de fraternidade, de uma espiritualidade e de uma união de povos, etnias e línguas (das mais eruditas às vulgares). Trata-se de um pensador na vanguarda de um tempo no qual os ladrões já se multiplicavam; a cor da pele distinguia colonizadores de colonizados ou determinava a condição de dono e a de escravo; as línguas eram também confrontadas com preconceitos (como os da língua de cultura e erudição face aos linguarejares índios e negros).
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Se o Homem é a língua que usa, na composição caleidoscópica de Vieira - orador, escritor, pensador, humanista, diplomata, político, "influencer" de um tempo pleno de teatralidade na vida ou de vida tão feita de teatro -, firmaram-se a multiplicidade e a multimodalidade do Português, que também é voz, face, gesto, grafia e "História de Futuro".
"Não é tudo isto verdade?" Eis as cinco palavras que Manuel Maria relembra, reproduz, repete, reforça para a (re)descoberta de um homem e de uma obra de tempos. Outros certamente virão (mas estes serão... Contas de um outro rosário). Ainda bem!
Foi, sem dúvida, um momento maravilhoso: pelos amigos incríveis, pela apresentação rigorosa e motivadora da nossa Dulce e pelo nosso querido Manel - e tudo o que possa dizer sobre ele "sabe a pouco". E "Não é isto tudo verdade?"
ResponderEliminarAgora, o teu belíssimo texto, Vítor Oliveira, (pelo seu conteúdo e pela apurada forma) leva-me(nos) a lançar-te o desafio:para quando "um livro teu"?
...esperando...
Obrigado, pelas palavras e pelo desafio.
EliminarQuanto à resposta, tu melhor do que ninguém a conheces. Quem sabe! Um dia... a seguir ao teu.
Pois, depois destes comentários de amor verdadeiro ('Não é isto verdade?'), quero dar-te os parabéns por este texto, Vítor, embora, em cada post, reveles esse imenso cuidado com a forma e com o conteúdo.
ResponderEliminarComo gostei muito das palavras que teces sobre a tarde do último sábado, à volta do livro do Manuel Maria e dos temas - sempre atuais - que emergem da obra, fiz um convite no olamariana.blogspot.com para viajar na tua Carruagem. De facto, 'melhor era impossível'.
E reitero o desafio: 'para quando um livro teu?', assim como reitero o desafio que fazes.
Pode ser antes ou depois do teu, o que importa é que ambos os possam e queiram partilhar.
Serão muito diferentes, por certo, mas excelentes, tal como vocês o são.
Um abraço
Dolores
Muito obrigado, Dolores, pelo desafio, pela mensagem, pela presença,... por seres quem és. Somos também o que os outros fazem de nós. O bem que somos é sempre um reflexo do bem que nos fazem (sentir). Melhor ainda quando há quem queira que sejamos e façamos mais. Muito obrigado por isso, amiga.
EliminarSem beijinho nem abraço (por imperativos do Covid-19), mas com toda a amizade que nos faz (querer) cruzar neste caminho da vida, com alguns lugares de encontro, no espaço e no afeto.
VO
Meu caro Vítor:
ResponderEliminarAntes de mais, a minha gratidão pela tua permanente presença, sempre ao lado do amigo, qualquer que seja.
Depois, só quem não lê os teus textos publicados na CARRUAGEM 23 não sabe o que fica a perder, tal a eloquência textual que nos ofereces, qualquer que seja o tema que mereça a tua pena (nos tempos modernos, o teu teclado).
Sobre a admiração que tenho por ti e pelo que escreves, só o pode testemunhar a total e absoluta confiança que em ti sempre depositei e que sempre continuarei a depositar, como, aliás, já te dei prova disso.
“… um livro à guarda do tempo na ânsia de o poder ler.”
A propósito, pretendo deixar claro, publicamente, que, se ainda o não leste, não foi por qualquer desconsideração, por mais ínfima que fosse, mas porque tanto eu como o círculo de amigos a que ambos pertencemos sabemos quanto andas sempre, e ainda, assoberbado com trabalho que te não deixa respirar. A única razão. Mas a única mesmo. No formato de livro, em papel e transportável, poderás lê-lo à medida do teu tempo e sem outros constrangimentos que possam prejudicar os teus afazeres pessoais.
O meu abraço de profunda estima e reiterada gratidão.
Amigo. Sempre.
Manuel Maria
Meu caro Vítor, espero que me perdoes o atraso do meu comentário, que, aliás, já te havia deixado no Facebook.
ResponderEliminarSó agora compreendi a razão pela qual o Google não me permitia a publicação. Não o revelo aqui para não ficarem a saber tanto como eu. Em conversa pessoal, dar-te-ei a explicação.
Aproveito o momento para expressar a minha gratidão à Ana e à Dolores. As palavras de ambas são de um conforto enorme, muito especial, que recebo com particular alegria por se tratar de palavras de duas amigas muito queridas. Sabes bem que assim é.
O meu abraço.
Manuel Maria
Estimado Manel,
EliminarSabes que as palavras de amigos são sempre valiosas, mas do valor do teu verbo já muito aqui disse(mos) e creio que muito se terá ainda a dizer. Quando terminar a leitura das "Cinco Palavras de António Vieira", (re)escritas por Manuel Maria, outras palavras virão... as minhas inspiradas pela tua obra.
Não há perdão nem desculpas a pedir; nem deles resposta a dar.
Interessa estar, independentemente do tempo. Física ou psicologicamente, estamos (contigo). Deste e continuas a dar-nos muito e nós só temos disso proveito tirar. E agradecer!
Forte abraço meu (nosso, por certo).
VO