Saturação. Necessidade de parar. Vontade de me libertar.
(Registos fotográficos da caminhada - Fotos VO)
Porta batida para apanhar ar. Não o da casa, mas o que é mais livre na natureza e na rua.
FIM DE (MAIS) UM DIA
Saída em fim de tarde
Uma palete de cores diversas
Instantes vários para um pôr-de-sol
Locais distintos num só caminho
Distância a deixar ver o mar
Uma neblina e uma aragem frias
Fecho de um dia com a noite a escurar
Sol pondo-se, Lua a assomar
Avenida com pontos de luz
Postes alinhados pela via
Tempo de regresso, para uns
Turno de entrada, para outros
Vaivém de todos na vida
Mar de rosas com mar picado
Espinho(s) sem lenho, sem flora
Céu camaleónico
Dourado tornado flamingo
Árvore de pé, em terra
Ondas espalhadas no oceano
Passo(s) para casa
Entrada às escuras
Luz, lume, leito
Outro final de tarde
Noite anunciada
Amanhã prenunciado
Numa luz a fechar
Para reacender
A nascente
Pintada a tela, não foi mais preciso o pincel. Não é este o tempo da pena. Fiz do pensamento papel e fui imaginando linhas que aspiravam a ser versos.
O teclado deu a ler a criação.
As imagens inspiraram - momentos de uma caminhada que ficou longe da estrada, por ansiar o mar e o areal; por esperar do céu a cor, um guia de luz ou as estrelas de um firmamento a descoberto, limpo, prenunciador de dias mais claros.
Se pudesse, despendurava as nuvens ameaçadoras dessa claridade; aquecia o frio, para que deixasse de o ser; compunha o tempo à medida da existência e sobrevivência seguras, para que não fossem necessários planos de contingência.
O teclado deu a ler a criação.
As imagens inspiraram - momentos de uma caminhada que ficou longe da estrada, por ansiar o mar e o areal; por esperar do céu a cor, um guia de luz ou as estrelas de um firmamento a descoberto, limpo, prenunciador de dias mais claros.
Se pudesse, despendurava as nuvens ameaçadoras dessa claridade; aquecia o frio, para que deixasse de o ser; compunha o tempo à medida da existência e sobrevivência seguras, para que não fossem necessários planos de contingência.
Não quis frases. Dão muito trabalho. Só tópicos, apontamentos, notas a fechar e a (re)abrir o ciclo.
Belos e poéticos textos e imagens. Lê-los e, creio eu, partilhá-los são também um modo de chegar o melhor possível ao 'FIM DE (MAIS) UM DIA' desta etapa-pesadelo, em que a beleza, felizmente, pode continuar a circular em liberdade.
ResponderEliminarUm beijinho e obrigada, Vítor.
Dolores
(olamariana.blogspot.com)
Obrigado eu, Dolores, por andares nesta carruagem em caminhos que, não sendo de ferro, são, como o dizes e muito bem, de etapa-pesadelo.
EliminarComo a beleza da natureza está aí, há que captá-la, torná-la nossa, para colorir estes dias negros.
Beijinho e um abraço, que, por aqui, ainda são possíveis.
VO