Apartado do mundo, por uma ameaça que anda por aí à solta, fui ao encontro do sol, do céu, do mar...
Quando quase tudo se recolhe, pelo frio e pelo crescente escurecer, vou ao encontro do resto de sol que paira no céu enevoado, a ameaçar chuva.
Registo, progressivamente, o momento:
Quando ainda o céu fogueava com o sol ensombrado (Foto I - VO)
Quando as nuvens ensombravam a luz do fim de tarde (Foto II - VO)
Quando a luz deu lugar a uma nuvem de ameaçadora chuva (Foto III - VO)
Hoje, ver o sol ocultando-se numa e noutra nuvem foi como participar num jogo de esconde-esconde, até que, cansado e rendido, esse companheiro do dia se deixou cair num leito oceânico que foi, é e sempre será vida.
No meio de tanto sinal de desgraça e de arautos do fim do mundo, prefiro as cores e o silêncio naturais, tão multiformes e plásticos, como de pintura feita a traço e guache, à espera de que toda a miséria e todo o infortúnio sequem, para renovação da felicidade na humanidade.
É tanto o discurso sinistro, trágico que é imperativo fugir da deprimência. Em tempos críticos, são necessárias alguma serenidade, alguma racionalidade (quem sabe uma nota de sorriso, uma gargalhada), até para poder tomar-se decisões o mais sensatamente possível. Para alarmismo e dramatismo, já bastam os vividos por quem realmente sofre ou trata do problema que o Covid-19 trouxe a todos. A todos, e bem para lá de qualquer país ou de alguém que ache que cantar o hino nacional vale para animar quem quer que seja. Pedissem-me para bater palmas a quem cuida dos que sofrem e fá-lo-ia pela segunda vez, numa varanda para a rua e numa noite como muitas as que têm vindo a invadir o espírito e a vida dos seres humanos. Ainda assim, há que combatê-la(s), ir em frente, na busca da luz que mitigue ou neutralize o medo.
E, no entanto, ele move-se (o sol); ela também (a terra). Possamos nós acompanhar e testemunhar esses movimentos.
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