Da magia do sete já muito se disse, mas, no que toca a este apontamento, na morte se fundou.
Há sete anos, Karol Józef Wojtyła passou a existir exclusivamente na memória, dos cristãos e não só. Dir-se-ia mesmo de todos os crentes que assistiram aos seus quase 27 anos de papado, sob o nome de João Paulo II.
Criticado pela sua oposição (ortodoxa) relativamente a temas como os do celibato dos padres, da procriação e da ordenação de mulheres e/ou de homens casados; pela construção interpretativa do terceiro segredo de Fátima, na qual se implicou como vítima; pela sua influência em áreas de intervenção dominantemente política, o sucessor do curto papado de João Paulo I não deixou de marcar positivamente a sua liderança religiosa pela imagem dada de aproximação a diferentes credos (judaísmo, igreja ortodoxa, igreja anglicana, islamismo), de afirmação no alívio e na superação do sofrimento humano, de pedido de perdão face aos silêncios que a sua Igreja assumiu em certos períodos da História.
Proclamado Beato em 1 de Maio de 2011 (pelo Papa Bento XVI), este chefe da Igreja Católica Apostólica Romana inspirou-se nos jovens e na virtude da esperança por eles representado, de modo a tomar alguma irreverência como forma de a(tua)ção dirigida e preocupada com o outro.
De atitude, rosto e gesto afáveis, este foi o papa que atravessou o século XX para o XXI, movido por uma vocação e uma missão universal voltadas para a aproximação à santidade. Assim o evidenciou nos processos de canonização e beatificação dos muitos que souberam acompanhar o Homem no percurso de vida sofrida, libertando-o de dor maior. O exemplo de Madre Teresa de Calcutá foi seguramente o mais mediatizado, dadas a sua contemporaneidade com o pontificado e a aproximação espiritual com João Paulo II.
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Uma lembrança em dia que a televisão exibiu, na RTP1, uma minissérie intitulada 'O Papa de Todos' - é esta a imagem que vou tendo deste papa (o mesmo não se dirá de muitos outros), cuja mensagem é sinteticamente reproduzida no pensamento de que "Não há nada mais sagrado ou precioso do que uma vida".
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