segunda-feira, 29 de julho de 2013

Revisitação poética no seio da natureza

    Depois de muitos anos, regressei ao Jardim Botânico do Porto, onde há natureza e poesia suficientes para receber qualquer visitante.

   À entrada da Casa Andresen, um palacete que foi propriedade de Joana e João Andresen (avós de Sophia de Mello Breyner Andresen e Ruben A.), a receção é feita, à direita, pelo busto de Ruben A.
   Conjugando a sensibilização ambiental com a fruição estética de um jardim que evoca os traços do século XIX, a conhecida Quinta do Campo Alegre viu o jardim transformar-se nas instalações do Jardim Botânico  Gonçalo Sampaio (cujo busto figura logo ao centro da entrada) pelas mãos do professor Américo Pires de Lima.
    No Jardim dos Jotas (assim designado pela figuração das duas letras na geometria dos arbustos, em homenagem aos avós de Sophia), lá se encontra o busto da poeta. A postura de convicção, o rosto esguio, a saliência arqueada nas sobrancelhas evocam-me a firmeza dos versos "Não se perdeu nenhuma coisa em mim":

Montagem: fotografia do busto e o poema citado (VO)
 
     Uma estrofe para afirmar o que foi e o que se mantém, o verso e o reverso, a unidade que sublinha a singularidade da escritora.

    Pena que na beleza do espaço e da flora haja o ruído contínuo, lembrando outros versos de Sophia: "Passam os carros e fazem tremer a casa" (in Obra Poética I).

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