É o que se ouve o dia todo! É a notícia, o tema , o assunto: a morte de Fidel Castro.
Que foi figurante marcante; que era muito cordial e muito inteligente; que foi um líder e uma referência do século XX; que é um exemplo na História e da História; um homem de fé que conseguiu que o mundo estivesse à beira da III Guerra Mundial (grande feito!).
Nem sei que diga, perante tanto dis-curso encomiasta. Pouco falta para ser um herói.
Não sei bem porquê (ou talvez saiba), não o vejo como tal. Como pessoa, à semelhan-ça de qualquer ou-tra, será sempre digno de respeito na hora da última viagem - naquela em que qualquer ser humano se vê confrontado com os seus derradeiros limites. Como político, não tem o meu apreço, por maior que seja a sua capacidade de argumentação (tão elogiada que ela também hoje foi). "Pátria ou Morte" ou "Até à Vitória Sempre" nunca deixaram de me parecer enunciados demasiado definitivos, extremados e pouco consistentes com a consciência da legitimidade da ação política. Não resultam para mim, mesmo em contexto de propaganda, pela imagem que dão de prepotência, de autoritarismo, de atos ditatoriais a justificarem qualquer fim em si mesmo. A ausência de liberdade nunca poderá ser razão ou necessidade para a luta contra desigualdades sociais - o que se revelou propósito mais retórico e seletivo do que prática para um bem coletivo comum - ou para a definição de políticas que até possam vir a tornar um país grande.
Nem sei que diga, perante tanto dis-curso encomiasta. Pouco falta para ser um herói.
Não sei bem porquê (ou talvez saiba), não o vejo como tal. Como pessoa, à semelhan-ça de qualquer ou-tra, será sempre digno de respeito na hora da última viagem - naquela em que qualquer ser humano se vê confrontado com os seus derradeiros limites. Como político, não tem o meu apreço, por maior que seja a sua capacidade de argumentação (tão elogiada que ela também hoje foi). "Pátria ou Morte" ou "Até à Vitória Sempre" nunca deixaram de me parecer enunciados demasiado definitivos, extremados e pouco consistentes com a consciência da legitimidade da ação política. Não resultam para mim, mesmo em contexto de propaganda, pela imagem que dão de prepotência, de autoritarismo, de atos ditatoriais a justificarem qualquer fim em si mesmo. A ausência de liberdade nunca poderá ser razão ou necessidade para a luta contra desigualdades sociais - o que se revelou propósito mais retórico e seletivo do que prática para um bem coletivo comum - ou para a definição de políticas que até possam vir a tornar um país grande.
Hoje não se ouviu falar de outra coisa. Pouco de Cuba e de como se viveu sob a alçada de alguém que, por mais carismático que fosse, fez do poder força contra os que não pensavam como ele ou como o partido único, nacional (se) impôs - nessa posição típica do orgulhosamente sós e/ou às costas de quem, longe, se faz fria e ameaçadoramente perto.
"El comandante" morreu aos noventa anos; o seu pensamento e o seu regime não - como ele o disse "Os homens passam, os povos ficam; os homens passam, as ideias ficam." O tempo o dirá por quanto tempo perdurará tal regime, depois de muros e regimes terem caído.
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