Quando, ao final do dia, se consegue o que a manhã e a tarde não deram.
Em espaço aberto, ao ar livre, os passos levam-me a destino incerto. Simplesmente vou.
Interessa caminhar, libertar-me, dar tempo àquilo de que gosto e não do que outros precisam. Deixo o sul, rumo ao norte, olho para este. Há um ponto de luz a dar cor ao céu e ao horizonte brumoso. Do mar, vem a ressalga das pulsantes ondas rumorosas, a atropelar e cobrir os rochedos, quase esquecendo que, depois destes, a areia espera o que delas ainda resta.
Interessa caminhar, libertar-me, dar tempo àquilo de que gosto e não do que outros precisam. Deixo o sul, rumo ao norte, olho para este. Há um ponto de luz a dar cor ao céu e ao horizonte brumoso. Do mar, vem a ressalga das pulsantes ondas rumorosas, a atropelar e cobrir os rochedos, quase esquecendo que, depois destes, a areia espera o que delas ainda resta.
Inalo a frescura nebulizada dos sais marinhos e, por momentos, esqueço a prisão e o vai-e-vem das muitas horas já passadas. O instante faz-se do que devia ser mais lasso no tempo, duradouro pelo bem que faz.
Não sei se por ânsia de agarrar o breve momento tomado ao tempo, se por desejo de o tornar mais meu e perene, registei-o em foto, antes que se apagasse da memória, entre o cansativo muito que está para vir e o apaziguador pouco que vai faltar.
Um instante marinho em tempo de outono (Foto VO)
Quis granjear o prazer do descanso merecido e fixei o que, em breve, deixaria de ser nota de luz e cor.
Num pôr do sol de céu, entre o nacarado e o alaranjado, sobre oceâneo e ondulado leito, num átimo, fiz parar o tempo, para o re(vi)ver sempre que dele precisar. É outubro e o tempo aperta.
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