quinta-feira, 26 de setembro de 2019

"Não quero nada. Deixa-me dormir."

       Palavras citadas, palavras ajustadas.

       Eu que o diga. É o que me apetece responder quando me perguntam "Queres alguma coisa?"
     Cada vez mais a vontade é a de dormir, mas não o dormir que deu em morte, quando Cesário Verde proferiu as que, dizem, foram as suas últimas palavras (um dormir eterno, portanto). 


O Livro de Cesário Verde (RTP 2 - da Série Grandes Livros)

       Poeta da cidade e também do campo; transfigurador de uma realidade que o aprisiona e atrofia, buscando alternativas no tempo, no espaço ou na intensidade emotiva; um comprometido com as questões sociais, lutando por um equilíbrio que as desigualdades e injustiças sociais não permitem; um solidário com as vítimas de uma sociedade atroz, sombria, doentia, dominada por poderosos que comprometem a igualdade e a equidade desejadas.
     Outros temas podem ser recuperados na poesia cesariana. O visionamento deste documentário pode ser uma boa oportunidade para complementar experiências de leitura e/ou confirmar recorrências; dar ensejo à verificação da intemporalidade da mensagem poética dos finais do século XIX, bem como à apreciação crítica da leitura de alguns versos.

      Palavras que precisam de ser enquadradas, porque das comentadas sem sentido já bastam as que andam por aí a infernizar a vida.

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