Ao término de um fim de semana, ver materiais (que deveriam ajudar na preparação de uma nova semana de trabalho) cansa mais do que construí-los de imediato.
A questão, já não sendo fácil de abordar, mais complicada se torna quando à nossa frente está o disparate. Trabalhar o complemento de nome (já surgido, na sua identificação, em exames nacionais) não é tarefa bem sucedida com propostas destas em caderno de atividades que acompanha um projeto editorial de manual escolar:
Foto relativa a um exercício proposto no Caderno de Atividades de um projeto editorial
As frases de partida são:
a) A foto do meu pai ficou muito boa.
b) O meu interesse pelo estudo tem-me ajudado muito.
c) A procura de emprego aumentou imenso.
d) O irmão do Pedro emigrou.
e) Ouço muitas vezes a música dessa banda.
f) Algumas panelas de alumínio têm alguma qualidade.
g) Estas pinturas do Douro são lindíssimas.
h) A previsão meteorológica não é muito animadora.
i) A ideia de frequentar esse curso agrada-me.
j) O pastel de Chaves é ótimo.
Ora, a tabela acima pressupõe que todas as frases têm um nome / grupo nominal que surge expandido por um complemento de nome. Nada de mais errado, quando, por exemplo, de panelas (f) ou pastel (j) se trata, para não mencionar outros casos bastante dúbios.
Com isto termino: sem reconhecimento por quem produziu o exercício nem pela consultoria linguística que aparece como fonte de validação em capa, lá vou ter de trabalhar mais um pouco para compensar a falta de qualidade de quem recebe direitos indevidos (face ao mal que dá ao ensino e à aprendizagem). E depois dizem que o manual é um auxiliar do trabalho docente!
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