Em pleno domingo, este título faz sentido.
O que não faz é a família à mesa, cada um dos elementos com o seu dispositivo eletrónico, em modo touch, até que o empregado se aproxima, cumprimenta e aguarda que lhe deem atenção. Os olhos permanecem especados nos aparelhos e os dedos passeiam-se por estes, ora escrevendo ora subindo ora descendo, conforme o que chama a atenção.
O pedido faz-se quase em monossílabos, vendo-se, de relance, o que tem a ementa e quase sem levantar os olhos.
Chegados os pratos, as mãos ficam ocupadas com os talheres, mas, ainda assim, pousa-se a faca para se tocar o ecrã que se iluminou.
Depois do almoço em família, continuam juntos, desta feita num passeio pelo parque:
E assim decorre o domingo, até que, chegados a casa, cada um no seu recanto do sofá, descansam o corpo - não os olhos nem as mãos que, interminavelmente, se passeiam pelo visor ou pelo teclado cada vez mais perto do nariz.
Há de chegar o momento de deitar, quem sabe com a mensagem do quarto ao lado a dizer que são horas de dormir - "Boa noite! Até amanhã." -, mais os habituais emojis de despedida:
Depois do conceito de 'amigo', assim fica a atual realidade do 'em família'.
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