Talvez fosse melhor invadido,... coberto que está pelas heras.
A vida... flui como rio. Busca o mar, lá mais para ocidente. Ninguém o quer perto, pelo fim que representa. Acaba o que é doce; fica salgado, como a lágrima que sai na despedida.
No caminho, há pontes, meandros... um tronco que resiste, sem folhas nem seiva.
No caminho, há pontes, meandros... um tronco que resiste, sem folhas nem seiva.
Tronco rendido, em Gramido, junto ao Douro (Foto VO)
A vida... é a hera conquistando e embelezando o tronco seco e gasto, ressequido pelo tempo. Este a faz com violeta, verde, azul. Tal como relógio de areia, cai, passa; virando, repassa... até que a hera alastra, sobe e cobre o que já foi caule, tronco de ramos floridos, vivos, lançados para o rio.
E assim se fazem as eras... ciclos renovados com heras. Era uma vez uma árvore que, tornada tronco, se deixou abraçar pelas heras. Deram-lhe cor e abrigo. Talvez sentido, para que a morte não fosse tão árida, seca, descolorida.
Ciclos de vida... ainda... cobrindo a morte com o verde e um toque de cor paixão.
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