quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Um espaço a várias cores

           Quando no mesmo local, o tempo passa...

        Só o mar vai e vem junto à praia. Talvez também não seja mais o mesmo, ainda que os olhos pareçam ver a mesma água. Não é a do rio, que flui para o mar. Dela, Heráclito de Éfeso dizia “Ninguém entra em um mesmo rio uma segunda vez, pois quando isso acontece já não se é o mesmo, assim como as águas que já serão outras.” Em suma, ninguém se banha duas vezes na mesma água do rio - a constatação da fugacidade do tempo, da volatilidade da vida.
          Há bancos, porém, que se mostram à espera de quem neles se sente. Assistem a quem passa, ao ir e vir das ondas; ao sobrevoar do sol; às nuvens que surgem e se dissipam; ao correr das estações.

Um banco mirando o espetáculo da natureza (Foto VO)

Um banco mirando o espetáculo da natureza (Foto VO)

         Estão bancos distintos nas cores do(s) dia(s), quando uma só nuvem faz a diferença. Talvez sejam outros, sem o parecer no correr do dia-a-dia ou dos meses; lá ficarão no devir de muitos anos. 

          ..., há quem por lá fica, aos poucos, e vai deixando de ser o mesmo.

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