Uma paisagem familiar, entre o estado goticulado e o molhado.
O tempo de inverno, em despedida de outono, está aí e poucos podem já ser os passeios, a não ser nos intervalos dos chuveiros que ora vêm ora se vão.
Assim que chegam, as gotículas de chuva colam-se aos vidros; escorrem algumas, aqui e além, deixando ainda ver o que está para lá delas:
Num dia de chuva, para lá dos vidros (Foto VO)
A paisagem conhecida ganha outra visão, como que pintalgada; melhor, goticulada.
Para a chuva e o sol deixa-se ver, como um remendo, num pano de fundo de nuvens escuras:
Um passadiço à beira-mar - I (Foto VO)
Uma gaivota aparece para a composição do "quadro"; outras seguem-na:
Um passadiço à beira-mar - II (Foto VO)
E já não é só a diferença das aves. São as cores, as nuvens continuamente a mudar (sim, não é apenas a mudança no olhar)!
Um passadiço à beira-mar - III (Foto VO)
Entre o chão e o céu, há um mar imenso para contemplar: vai e vem sem voar; não é gaivota, mas é livre no seu ondear; não é nuvem, mas tem as cores desta a deslizar; há de ter o sol a nele se deitar; a linha do horizonte esconderá, assim que o escuro da profunda noite chegar.
Qual Caeiro, diria que, a cada instante, a paisagem familiar (re)nasce; a cada piscar de olhos, a eterna novidade do mundo acontece.
Publiquei, há dias,em olamariana.blogspot.com, uma das tuas fotos à qual dei o título 'Gotas da última tempestade'. A imagem teve muitas visualizações. Obrigada. A natureza e beleza também agradecem, de certeza.
ResponderEliminarUm beijinho
Dolores
Que bom! Fico muito contente.
ResponderEliminarBeijinho.
Bom ano.