quarta-feira, 25 de setembro de 2013

"Natália é nome de bairro..."

     Este é o título de um texto noticioso, produzido por Sérgio Almeida (Jornal de Notícias, 14/09/2013), que abriu o caminho.

    Assim se deu início às aulas de Literatura Portuguesa: ouvindo a notícia, pedindo a tomada de notas, recuperando a informação ouvida, (re)construindo a figura da poeta (que não quis ser chamada de poetisa).
     Do que se falou e do que se ouviu, faltou depois o mais importante: os textos da escritora.
    Pedi um exemplar de poema para trazer para a aula, à escolha dos alunos. Objetivo: preparar a leitura oralizada, justificar a escolha feita. Sem grandes pretensiosismos - apenas o de contactarem com os textos, o de se reverem de alguma forma nestes e o de transmitirem como se fez o encontro, a aproximação.
    Hoje foi o dia de lerem os poemas que trouxeram (a maioria, transcritos no caderno; outros, em fotocópia; talvez um dia chegue a vir o livro). Alguns fizeram-no com o ritmo, o trejeito do olhar, a ironia, a exaltação, a conjugação do coro de vozes. Até houve bastante variedade poética: do 'Auto-retrato' a 'O fim do Coito' (ou o mais conhecido 'Poema do Truca-Truca'); de 'Queixa das almas jovens censuradas' a 'Bilhete para o amigo ausente'; 'Do Sentimento Trágico da Vida' a 'O Espírito'; de 'Nuvens correndo num rio' a 'Andar?! Não me custa nada''; de 'Poema' a 'Poema Involuntário'; de 'Paz' a 'Ode à Paz'. Ofertei-lhes um outro na forma de separador, na senda de um setembro poético.
     Também na sala dos professores se falou da autora e de alguma da obra. Lembraram-se algumas irreverências; recordaram-se outros poemas:


    Quanto à aula, espero que tenha servido para dar a conhecer os versos (e só estes) de alguém que os jovens diziam, no início da semana, não saber sequer o nome.

     Não foi uma completa tertúlia, mas não andou longe disso no que significou de partilha, de voz dada à poesia e à poeta.

2 comentários:

  1. Um desafio: não caberia na Ação de formação sobre a Oralidade a (tua) leitura de poemas?
    Já não peço a Ode Triunfal, de Álvaro de Campos (a tal que os alunos ouvem sem se lembrarem sequer de olhar para a janela), mas poemas mais curtos de alguns dos poetas que tens convocado, aqui, recentemente.

    Bom fim de semana
    DG

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    1. Não tinha previsto nada do género, ainda que vá falar de uma das áreas fundamentais da oralidade no tratamento do escrito: a representação leitora que tem de ser feita nos jogos da ironia, no ritmo poético e na poesia que sempre se fez de música.
      Vamos ver! Pode ser que dê tempo para uma pequenina exemplificação.
      Obrigado pelo desafio.
      Beijinho.

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