A questão vem na sequência de um apontamento sobre completivas, com funções oblíquas.
Pergunta uma colega, já com uma afirmação em mente:
Q: Já agora, que estamos no mundo das completivas, na frase "Considero que o jovem está correto", apesar de o verbo ser transitivo-predicativo, a oração completiva configura apenas um complemento direto, não é? (E já agora, para quando uma publicação - escrita - com estas dúvidas e esclarecimentos?)
R: O exemplo proposto dá conta de uma realização do verbo 'considerar' num enunciado com a seguinte configuração semântico-sintática: X CONSIDERAR que F (sendo X o argumento externo, identificado com o sujeito sintático, e F o argumento interno, com a frase / oração subordinada introduzida pela conjunção completiva 'que').
"Que o jovem está correto" é, efetivamente, o complemento direto de um predicado que tem como núcleo um verbo transitivo (e não transitivo-direto). O que acontece é que há um mesmo significante léxico para realizações sintático-semântica distintas: uma com complemento direto (CD); outra com CD e predicativo do CD. É neste último caso que se fala de um verbo transitivo-predicativo.
Comparando as duas construções em análise (I e II) -
- , é possível concluir que a segunda (transitiva-predicativa) é uma versão condensada da primeira (a qual apresenta explicitamente em F a estrutura predicativa 'Nome + SER / ESTAR + Predicativo' integrada numa substantiva completiva). A redução desta última em II é o que faz dizer que a construção transitiva-predicativa integra uma oração curta (sem explicitação do verbo copulativo 'estar').
E, já agora, quanto à publicação, se houver uma editora interessada em publicar estes contributos (e não tanto em formatar a cabeça de professores com exercícios e respostas / soluções já prontinhos, de modo a não terem que pensar muito - como se para ensinar e aprender tal não fosse necessário), até pode ser uma hipótese a considerar.
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