Em tempos depauperados, há poucos motivos para sorrir (muito menos para só rir).
A pergunta levou à procura.
O poeta quis responder, com os seus versos e a sua voz.
O SORRISO
E na cara do poeta há um sorriso...
A pergunta levou à procura.
O poeta quis responder, com os seus versos e a sua voz.
O SORRISO
Creio que foi o sorriso,
o sorriso foi quem abriu a porta.
Era um sorriso com muita luz
lá dentro, apetecia
entrar nele, tirar a roupa, ficar
nu dentro daquele sorriso.
Correr, navegar, morrer naquele sorriso.
o sorriso foi quem abriu a porta.
Era um sorriso com muita luz
lá dentro, apetecia
entrar nele, tirar a roupa, ficar
nu dentro daquele sorriso.
Correr, navegar, morrer naquele sorriso.
in Poemas de Eugénio de Andrade,
seleção, estudo e notas de Arnaldo Saraiva,
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999
Fica o esgar de um sorriso, na expectativa de que venham tempos e momentos mais poéticos, para fazer esquecer esta triste vida que muitas vezes nos faz desprezá-lo.
E na cara do poeta há um sorriso...
E os passageiros desta carruagem ficaram também contaminados (estou doente, permite-me o recurso a esse campo lexical!) com os dois sorrisos de Eugénio!
ResponderEliminarE é tão bom viajar aqui!
Esquece-se a doença, o recibo de vencimento e nem há o medo de nos sentirmos pior (arrepios de frio, aumento da temperatura) só porque nos despimos neste(s) sorriso(s)!
Um beijinho e bom domingo!
IA
Antes assim, prezada anónima!
EliminarNão fosses tu conhecida (por nome ou pseudónimos) e eu diria que esta carruagem é milagrosa e milagreira.
Ainda doente como te vejo, a coisa não se resolve por aqui.
(Eugénio, olha por nós... na saúde e no bolso, que todos bem precisamos)
Beijinho (para a IA, não para o Eugénio).