domingo, 17 de fevereiro de 2013

Sorriso... onde estás?

      Em tempos depauperados, há poucos motivos para sorrir (muito menos para só rir).

      A pergunta levou à procura.
      O poeta quis responder, com os seus versos e a sua voz.


     O SORRISO

Creio que foi o sorriso,
o sorriso foi quem abriu a porta.
Era um sorriso com muita luz
lá dentro, apetecia
entrar nele, tirar a roupa, ficar
nu dentro daquele sorriso.
Correr, navegar, morrer naquele sorriso. 

in Poemas de Eugénio de Andrade
seleção, estudo e notas de Arnaldo Saraiva, 
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999

     Fica o esgar de um sorriso, na expectativa de que venham tempos e momentos mais poéticos, para fazer esquecer esta triste vida que muitas vezes nos faz desprezá-lo.

     E na cara do poeta há um sorriso...

2 comentários:

  1. E os passageiros desta carruagem ficaram também contaminados (estou doente, permite-me o recurso a esse campo lexical!) com os dois sorrisos de Eugénio!
    E é tão bom viajar aqui!
    Esquece-se a doença, o recibo de vencimento e nem há o medo de nos sentirmos pior (arrepios de frio, aumento da temperatura) só porque nos despimos neste(s) sorriso(s)!

    Um beijinho e bom domingo!
    IA

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    1. Antes assim, prezada anónima!
      Não fosses tu conhecida (por nome ou pseudónimos) e eu diria que esta carruagem é milagrosa e milagreira.
      Ainda doente como te vejo, a coisa não se resolve por aqui.

      (Eugénio, olha por nós... na saúde e no bolso, que todos bem precisamos)

      Beijinho (para a IA, não para o Eugénio).

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