sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Um mês que anuncia chuva

      Começado novembro, diz o povo "Cava fundo em novembro para semeares em janeiro".

     Não sei se ajuda muito no trabalho de tanto cavar, mas a verdade é que novembro me faz lembrar chuva. Anunciada que está para este fim de semana, ainda mais sentido faz a evocação da balada dos norte-americanos Guns N' Roses:


        NOVEMBER RAIN

When I look into your eyes I can see a love restrained
But darlin' when I hold you, don't you know I feel the same? yeah
Nothin' lasts forever and we both know hearts can change
And it's hard to hold a candle in the cold November rain

We've been through this such a long long time
Just tryin' to kill the pain, ooh yeah
But lovers always come and lovers always go
An' no one's really sure who's lettin' go today, walking away

And if we take the time to lay it on the line
I could rest my head just knowin' that you were mine, all mine
So if you want to love me then darlin' don't refrain
Or I'll just end up walkin' in the cold November rain

Do you need some time on your own?
Do you need some time all alone?
Everybody needs some time on their own
Don't you know you need some time all alone?

I know it's hard to keep an open heart
When even friends seem out to harm you
But if you could heal the broken heart
Wouldn't time be out to charm you?

Sometimes I need some time on my own
Sometimes I need some time all alone
Everybody needs some time on their own
Don't you know you need some time all alone

And when your fears subside and shadows still remain, oh yeah
I know that you can love me when there's no one left to blame
So never mind the darkness we still can find a way
Nothin' lasts forever even cold November rain

Don't you think that you need somebody?
Don't you think that you need someone?
Everybody needs somebody
You're not the only one, you're not the only one

      Axl Rose (vocalista) trabalhou-a e integrou-a no álbum "Use your Illusion I" (1992).

      Na ilusão de que está tudo bem lá fora (e chove), há quem, dentro, viva o incómodo de não poder sair (obrigações de ofício que me obrigam a muito cavar, para ver se encontro alguma coisa do que semeei).

6 comentários:

  1. Também estou a cavar numa sexta-feira à noite "para ver se encontro alguma coisa do que semeei".

    ResponderEliminar
  2. E lá vamos cavando (como podemos e nos deixam), preparando a terra para a semente! E, como estou a trabalhar e a voz às vezes atrapalha-me, porque me traz as palavras e distrai-me, proponho esta versão ( música ao fundo para ajudar à "cavadela"):

    http://www.youtube.com/watch?v=IXOn_v8yRxM

    um ótimo domingo (parece que entremeado de um tímido sol...)
    beijinho
    IA


    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Cavemos, então, nós todos três, ai amigos...
      Abreijos.

      Eliminar
    2. "November rain" uma vez mais me leva ao sofá de Oliver Sacks, em Musicofilia.

      O método é muito dele-Sacks: através da sobre exposição de uma série de casos clínicos, de desvios, chamemos-lhe assim, elaborar uma teoria da normalidade. Estes casos extremos, que vão de uma sensibilidade musical apuradíssima a diversas incapacidades, de tom, de ritmo ou de melodia, são citados por Sacks num contexto de laboratório; li algures que os modernos exames permitindo "ler" a atividade cerebral confirmam teorias que, em alguns casos, já têm quase um século.

      Sacks parte de um questionamento metafísico - o que é sentir a música, de que modo ela actua sobre nós - para chegar a teoria, nunca verbalizada, do sentimento musical.

      «O progresso da ciência tornou obsoletas as categorias estéticas tradicionais; o livro de Sacks prova este facto, ao reduzir a impulsos eléctricos e zonas activas e inactivas do cérebro o gosto musical, desde sempre o mais indefinível pela filosofia», como afirma Sérgio Lavos. «Não existe o que se chama a música das esferas, ou uma qualquer emanação divina que explique o maravilhamento perante uma cantata de Bach ou a 5ª sinfonia de Mahler. O deleite que a música nos provoca, o èxtase espiritual, é a soma de uma sequência de acontecimentos físicos: a cadência certa de notas na pauta, tocadas da forma mais perfeita possível, escutadas pelo ouvido correcto, estimulando de forma intermitente áreas diferentes do cérebro. É esta a descrição possível do acto de "ouvir música". Ou haverá algo mais? Sabemos o "como", mas ficaremos a saber o "porquê"? Será necessária, a pergunta? Oliver Sacks não se atreve a ir tão longe, apesar de toda a paixão que revela perante a música. Para ele é suficiente saber como funciona o nosso cérebro quando a escutamos; a beleza do mistério resolvido.»

      Daí me ficar a questão: que maravilhamento ou mistério te faz agora aproximar dos gostos do nosso querido e amado diretor? Já te estou a ver, na próxima, a colocar Motorhead. ideal para um side car a caminho de Jovim... Desculpa o tamanho da citação, mas o tempo urge.

      Eliminar
    3. Vitorino,

      Desígnios divinos que nós, comuns mortais, não temos capacidade de prever ou explicar. A minha aproximação ao Olimpo e a Júpiter é inconsciente e desmotivada, pois não ouso alcançar os caminhos que vosso "sagrado" diretor pisa (isto se ele fizer tal acometimento tão banal e comum a qualquer humano). E quanto aos gostos, de musical metaleiro, sou mais para AC DC (na consciência de que me falha a introdução do raio entre tão tempestuosas letras).
      Abraço.

      Eliminar