A época natalícia é pródiga em doçuras, tantas que põem em perigo qualquer linha.
Ora por falar em linhas, numa das que compõem as notas de rodapé de uma estação televisiva, foi dado a ler o seguinte:
Reprodução de imagem do Jornal das 8 (TVI), na emissão do presente dia
Que me perdoe Judite de Sousa, por ver a sua imagem aqui reproduzida e por não lhe dar o destaque habitual às estrelas da TVI; hoje o motivo de atenção está mais para a legenda - a qual me faz depreciar ainda mais os excessos (não da quadra, mas da desatenção na língua).
Lamentavel e indevidamente, alguém acentuou a palavra 'pastel', esquecendo-se que, por norma, as palavras terminadas em 'l' são agudas e não precisam de qualquer acento gráfico para marcar a sílaba tónica em que o 'l' se encontra (palavras agudas ou oxítonas). Só as palavras terminadas em 'l' que se querem graves (paroxítonas) apresentam acentuação - como, entre outras, 'amável', 'desejável', 'falível', 'hábil', 'solúvel', 'túnel' -, contrariando a regra geral do português que não acentua graficamente as palavras graves.
Felizmente, lá mais para o final da reportagem sobre o pastel de feijão de Torres Vedras, desapareceu o erro, para felicidade da certificação linguística do termo.
Já basta o excesso de açúcar (outro caso de acentuação de palavra grave, em contexto de 'r' final); poupemos nos acentos gráficos indevidos, para que não se azede o que é doce.
Um pastel com acento
ResponderEliminarSerá mais açucarado?
Quem escreve as legendas
Deveria estar informado!
Abraço
M.
Deveria estar, na língua, informado
EliminarPara o espectador não ser enganado.
O pastel acaba por ficar bem azedo
e o feijão ganha bicho. Que medo!
Beijinho.