George Agostinho Baptista da Silva ou, simplesmente, Agostinho da Silva.
Nascido a 13 de Fevereiro de 1906, no Porto, veio a morrer 88 anos depois, a 3 de Abril de 1994, em Lisboa. Um percurso de vida feito da Filologia, da História e da Filosofia que o tornaram reconhecido em vários pontos da língua portuguesa e não só.
Tido como um dos grandes filósofos portugueses, Agostinho da Silva deixou toda uma obra e um pensamento que interessa redescobrir pelo humanismo, pela humanidade e pelos valores fraternalmente partilhados nos pensamentos:
As liberdades essenciais são três:
liberdade de cultura, liberdade de organização social, liberdade económica.
Pela liberdade de cultura, o homem poderá desenvolver ao máximo
o seu espírito crítico e criador;
o seu espírito crítico e criador;
ninguém lhe fechará nenhum domínio,
ninguém impedirá que transmita aos outros o que tiver aprendido ou pensado.
Pela liberdade de organização social, o homem intervém
no arranjo da sua vida em sociedade,
no arranjo da sua vida em sociedade,
administrando e guiando, em sistemas cada vez mais perfeitos
à medida que a sua cultura se for alargando;
para o bom governante, cada cidadão não é uma cabeça de rebanho;
é como que o aluno de uma escola de humanidade:
tem de se educar para o melhor dos regimes, através dos regimes possíveis.
Pela liberdade económica, o homem assegura o necessário
para que o seu espírito se liberte de preocupações materiais e possa dedicar-se
ao que existe de mais belo e de mais amplo;
para que o seu espírito se liberte de preocupações materiais e possa dedicar-se
ao que existe de mais belo e de mais amplo;
nenhum homem deve ser explorado por outro homem;
ninguém deve, pela posse dos meios de produção e de transporte, que permitem explorar,
pôr em perigo a sua liberdade de Espírito ou a liberdade de Espírito dos outros.
No Reino Divino, na organização humana mais perfeita,
não haverá nenhuma restrição de cultura,
nenhuma coacção de governo,
nenhuma propriedade.
nenhuma coacção de governo,
nenhuma propriedade.
A tudo isto se poderá chegar gradualmente e pelo esforço fraterno de todos.
in Textos e Ensaios Filosóficos (2005)
Fica ainda um testemunho do pensador, numa entrevista televisiva com Alice Cruz (realizada por 1990), sobre a solidão (ou o diálogo da pessoa consigo mesma, na esteira de Vergílio Ferreira), a tolerância (ou melhor, a aceitação e a captação), o trabalho (que contradiz o pessoano 'Elogio da Preguiça') mais a poesia (que sai e, depois, mais nada).
E o demais... histórias.
É pela notoriedade e pela simplicidade de homens como este que interessa (re)construir referenciais que têm vindo a perder-se. Caso para dizer, e tudo o mais são histórias.
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