domingo, 13 de fevereiro de 2011

Honra à vida e a um poema... de um aquariano.

       George Agostinho Baptista da Silva ou, simplesmente, Agostinho da Silva.

       Nascido a 13 de Fevereiro de 1906, no Porto, veio a morrer 88 anos depois, a 3 de Abril de 1994, em Lisboa. Um percurso de vida feito da Filologia, da História e da Filosofia que o tornaram reconhecido em vários pontos da língua portuguesa e não só.
    Tido como um dos grandes filósofos portugueses, Agostinho da Silva deixou toda uma obra e um pensamento que interessa redescobrir pelo humanismo, pela humanidade e pelos valores fraternalmente partilhados nos pensamentos:

As liberdades essenciais são três: 
liberdade de cultura, liberdade de organização social, liberdade económica. 
Pela liberdade de cultura, o homem poderá desenvolver ao máximo 
o seu espírito crítico e criador; 
ninguém lhe fechará nenhum domínio, 
ninguém impedirá que transmita aos outros o que tiver aprendido ou pensado. 
Pela liberdade de organização social, o homem intervém 
no arranjo da sua vida em sociedade, 
administrando e guiando, em sistemas cada vez mais perfeitos 
à medida que a sua cultura se for alargando;
 para o bom governante, cada cidadão não é uma cabeça de rebanho; 
é como que o aluno de uma escola de humanidade: 
tem de se educar para o melhor dos regimes, através dos regimes possíveis. 
Pela liberdade económica, o homem assegura o necessário 
para que o seu espírito se liberte de preocupações materiais e possa dedicar-se 
ao que existe de mais belo e de mais amplo; 
nenhum homem deve ser explorado por outro homem; 
ninguém deve, pela posse dos meios de produção e de transporte, que permitem explorar, 
pôr em perigo a sua liberdade de Espírito ou a liberdade de Espírito dos outros. 
No Reino Divino, na organização humana mais perfeita, 
não haverá nenhuma restrição de cultura, 
nenhuma coacção de governo, 
nenhuma propriedade. 

A tudo isto se poderá chegar gradualmente e pelo esforço fraterno de todos. 

in Textos e Ensaios Filosóficos (2005)

       Fica ainda um testemunho do pensador, numa entrevista televisiva com Alice Cruz (realizada por 1990), sobre a solidão (ou o diálogo da pessoa consigo mesma, na esteira de Vergílio Ferreira), a tolerância (ou melhor, a aceitação e a captação), o trabalho (que contradiz o pessoano 'Elogio da Preguiça') mais a poesia (que sai e, depois, mais nada).



       E o demais... histórias.

      É pela notoriedade e pela simplicidade de homens como este que interessa (re)construir referenciais que têm vindo a perder-se. Caso para dizer, e tudo o mais são histórias.

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