Duas datas: 1896 e 1954. Um só homem: Vertov. Um só dia: 12 de Fevereiro.
Dziga Vertov, pseudónimo de Denis Arkadyevich Kaufman, teve um só dia na data do nascimento e da morte. Os restantes, para lá do natural crescimento e da progressiva formação, viveu-os essencialmente no domínio das artes: estudou música no Conservatório; escreveu vários poemas, dissertações e novelas de ficção científica; ajudou a construir a noção de 'cinema-verdade' (que seria expressão comum na cinematografia cerca de cinquenta anos mais tarde).
Assumindo-se como um futurista, ficou reconhecido essencialmente pela realização de filmes e documentários - desenvolvida em Moscovo -, a partir das influências de Mikhail Koltzov e do trabalho como editor no Comité de Cinema de Moscovo (papel que exerceu até 1919).
Assumindo-se como um futurista, ficou reconhecido essencialmente pela realização de filmes e documentários - desenvolvida em Moscovo -, a partir das influências de Mikhail Koltzov e do trabalho como editor no Comité de Cinema de Moscovo (papel que exerceu até 1919).
Com a sua teoria do "olho cinematográfico", Vertov cria na possibilidade de ajudar o homem contemporâneo a transformar-se em algo superior, ajustado a um tempo de mudanças e de preponderância da força da máquina.
Numa tomada de consciência e numa espécie de regresso às origens, 'Kino-Glaz' (1924) desafia o tempo, revê o caminho das máquinas na sociedade - um tema em que o homem sai, por comparação, desfavorecido.
A sua obra-prima, 'O Homem da Câmara de Filmar' (1929), fica na história como o seu último filme mudo, pleno de visualismo poético.
Numa tomada de consciência e numa espécie de regresso às origens, 'Kino-Glaz' (1924) desafia o tempo, revê o caminho das máquinas na sociedade - um tema em que o homem sai, por comparação, desfavorecido.
Excerto-montagem de Kino-Glaz (1924), na cena da padaria e do pão.
No tempo da afirmação tecnológica, da máquina, da euforia fabril e da força dinâmica, compõe-se o gosto superior dos percursos erráticos da electricidade em detrimento aos da pressa das pessoas em acção.
Obrigada. Até já inter/hiperliguei com os meus alunos.
ResponderEliminarNão conhecia a pessoa referida no texto, mas é um dos bons exemplos para que não se passe pela vida apenas vendo-a passar.
As questões sintácticas seguintes também são importantes, também porque os complementos circunstanciais ainda estão muito presentes, apesar de terem sido aprendidos no passado.
Beijinho e bom domingo
Dolores
Obrigado, amiga.
ResponderEliminarO meu conhecimento de Vertov também é relativamente recente - prova de que nos vamos cruzando com referências ao longo da vida. O que interessa é não parar (mas tu já sabes isso!)
Beijinho... and have a nice and sunny sunday (just a question of imagination for this rainy day).