sexta-feira, 1 de abril de 2011

Estão literalmente a dar-me música... boa e a bem!

     Dedicaram-me a música. Só uma amiga o podia fazer, por saber o que sinto agora.

    Afastado, por força e por exaustão, do que mais gosto de fazer (ensinar), este estado só tem de bom saber que há muita gente que, afinal, gosta de mim. Não que o não soubesse já; mas a condição de fragilidade é tão grande que, nestas alturas, qualquer ser humano procura força, energia nos postais  endereçados, nas fatias de bolo oferecidas, nas amêndoas que sempre adoçam as relações, nas palavras e nos actos revelados, na bonança e na primavera soalheira feitas desejos, nos afectos e nas saudades sentidos.
    E, além disto tudo, também me dão música... literalmente... tão apropriada ao que vivo. Parece que foi feita para mim (não fosse haver muitos que passaram, passam e passarão pelo mesmo).

      
       Hoje ouvi muitas vezes esta canção. Se já o tinha feito, hoje vivia-a com outro(s) sentido(s).

DÁ-ME UM ABRAÇO

Dá-me um abraço que seja forte
E me conforte a cada canto
Não digas nada que nada é tanto
E eu não me importo

Dá-me um abraço, fica por perto
Neste aperto, tão pouco espaço
Não quero mais nada, só o silêncio
Do teu abraço

Já me perdi, sem rumo certo,
Já me venci pelo cansaço
E estando longe
Estive tão perto
Do teu abraço

Dá-me um abraço, que me desperte
E me aperte, sem me apertar
Que eu já estou perto, abre os teus braços...
Quando eu chegar

É nesse abraço que eu descanso
Esse espaço que me sossega
E quando possas dá-me outro abraço
Só um não chega

     Desta forma, e graças a um gesto e preocupação de amiga (a quem estarei sempre especialmente reconhecido pelas partilhas já vividas), aproveito para agradecer a todos os que se têm preocupado comigo, manifestando os votos de melhoras. Hei-de, tenho que dar a volta; mas só com e no tempo (esse meu terrível gestor) em que eu possa superar as ondas de fragilidade que me cobriram e contra as quais me sinto, como sobrevivente em pequeno bote, a remar, sem chegar a ver (ainda) a linha do horizonte.

    Porque há abraços (para dar e receber) e porque há sempre aqueles que comigo estão (nos bons e maus momentos), faz sentido manter-me a remar, ainda que em ritmo lento.

4 comentários:

  1. Vítor,

    Estive a ver a (tua) carruagem e tive vontade de te dar um abraço. Aqui vai ele.

    Mais um

    Dolores

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  2. Muito obrigado, Dolores.
    Senti o xi-coração bem amigo.
    Um abraço e um beijinho.

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  3. Vítor!
    Estou pasmada! Recebe também o meu abraço e votos de melhoras rápidas! És uma força da natureza, por isso acredito que te vais pôr bom num instante.
    Beijinho,
    Conceição

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  4. Olá, Conceição.
    Não pasmes. As máquinas avariam e as forças da natureza descontrolam-se. Ainda bem que, às vezes, se ficam pelos sinais que, ainda graves, são recuperáveis. Não te preocupes, pois estou a ficar melhor.
    Obrigado pela mensagem.
    Beijinho.

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