quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Pelo centenário do nascimento

        À que foi à Grécia pela Granja,...
        
        À poeta que fez aliança com o mar, a praia, a rocha, o azul do céu e chegou ao tempo primordial e civilizacional da Antiguidade, fazendo rimar essa época com o espaço da justiça, com o canto poético em harmonia e refletida emoção, num feixe de luzes e numa paleta de claridades para a Humanidade.
      À arquiteta da palavra, do verso e da prosa que combinou a água e a luz com rochas, conchas, areais e maresias; a que fez da praia e do bosque um só palco para a escrita, qual anfiteatro com letras e sons em notas de paraíso e divindade à espera de serem desveladas.

"Mar Sonoro" de Sophia de Mello Breyner Andresen (Foto e filme VO)

     Sophia de Mello Breyner Andresen, aquela que, cem anos depois de ter nascido, continua prometida às ondas brancas e às florestas verdes, tendo na poesia a sua expressão maior de liberdade. Foi nela e por ela que atravessou "o deserto do mundo", viveu "em pleno vento", lutou "contra o abutre e a cobra" e cantou o amanhecer de abril. 
        Ansiou pelo tempo justo, de verdade e liberdade.

       ...não houve Cnossos, Delfos ou Creta que lhe dessem o berço, já que à vida veio por terras de Luso.

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