sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Na onda do desenho animado

          Depois da Mafalda, é tempo do Calimero!

         Cansa-me o discurso daqueles que estão "sempre no corte", que não veem nada de bom nos outros e que estão sempre à espera da primeira falha. Também não aprecio os que sistematicamente dizem que não têm, não podem, não conseguem; dos que se sentem perseguidos pelo universo; dos que passam sempre ao lado e perdem, sem encontrarem forma de ir ao encontro das oportunidades. Outros fazem-no; eles nunca podem.
          É com estes últimos que me lembro do Calimero ("That's an injustice! Yes, that is!).

Calimero: o pintainho negro do "That's an injustice!"

        Trata-se de um desenho animado, de criação italiana, que apareceu na minha infância, por via da televisão, e que mais não era do que um infeliz pintainho, meigo, inofensivo, por vezes algo ingénuo. Era o único negro numa família de galos amarelos; terminava os episódios caminhando pesarosamente, com metade da sua branca casca de ovo na cabeça, e lamentando-se pelo infortúnio que lhe cabia. Os olhinhos descaídos, prestes a chorar, eram a expressão do "coitado" que parecia.
       Nascido das mãos de Nino e Toni Pagot, mais Ignazio Colnaghi, nos anos 60 do século passado (1963), Calimero fazia dupla com a sua eterna noiva Priscila e, junto com o pássaro esverdeado Valério, a pata Susi, o pato Piero e a ave Rosella, todos viviam aventuras e resolviam mistérios. Porém, no final, lá ficava o pintainho sozinho, assumindo as injustiças no percurso da vida.

        Há quem fale do 'Síndrome do Calimero', para os que se acham sempre vítimas de tudo e de todos. Às vezes também me apetece fazer de Calimero. O problema é que ninguém resolve por mim o que tenho de fazer. Ai!!!!!

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