sábado, 5 de dezembro de 2009

Descobrir um amigo, descobrir vida

    Faz já alguns anos que fui ver o filme Finding Forrester (Descobrir Forrester), do realizador Gus Van Sant. Um daqueles bons filmes, pela história, pelos actores e pelos valores que perpassa (nomeadamente o da amizade e da lealdade levada até ao fim).

    Apenas um resumo me dera conta do encontro de um adolescente inteligente (Jamal Wallace) com um escritor escocês (William Forrester) que se isolara de todos, ao perder um irmão e ao ter sido galardoado com um prémio de reconhecido mérito literário. Dois exemplos de integração social a explorar, em diferentes sentidos.


      Do filme, entre outros, ficaram-me os seguintes passos, de um professor, para a escrita de ficção ou de ensaio:
- fazer o primeiro registo com emoção;
- reescrever com a cabeça (a razão);
- ter como chave primeira para a escrita o acto de escrever, não o de pensar.
     Depois, veio a reflexão em torno do poder e do saber (no caso, marcados pela paixão de ler e de escrever). E sempre houve os que se impuseram pela virtude e pela qualidade, não tanto pela sobranceria. Livres de preconceitos, haverá sempre a possibilidade de se reconhecer o que cada um de nós tem de bom; e de ver o que outros têm também, pelas diferenças que representam. A conjugação de esforços ajuda cada uma das partes da amizade.

    Um filme a não perder, e que uma amiga me permitiu rever; um exemplo de como temos muito a aprender uns com os outros: uns a integrarem-se de forma mais completa (corpo são em mente sã); outros a abandonar a reclusão em que se enfiaram, dando novas chances à confiança e à amizade, por mais curta que a vida seja ou por mais desaires que esta apresente.

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