Chapéu de coco, bengala, calças largas e grandes sapatos, num andar com os pés abertos para cada lado. Um louco, um palhaço, um parvo de bigodinho estreito e com a inocência própria dos que acabam por lidar com a verdade e a sinceridade.
Há 32 anos, a presença física do familiar Charlie Chaplin deixou de se fazer ver; hoje, o popular Charlot permanece como o vagabundo-herói com que muitos se identificaram na luta contra o mal e a injustiça.
«Pensamos em demasia e sentimos bem pouco.
Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade.
Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura.
Sem essas virtudes, a vida será de violência
e tudo será perdido.»
Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade.
Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura.
Sem essas virtudes, a vida será de violência
e tudo será perdido.»
Data de 1936 um filme (o último em cinema mudo realizado pelo próprio actor) que reflecte muito destas palavras: Tempos Modernos. Uma crítica à industrialização na lógica organizacional taylorista e fordista. Uma reflexão sobre o poder da máquina, um pouco na lógica do que Vertov já havia feito, sete anos antes.
Lembro-me de como, sem palavras, todo ele comunicava e fazia rir. Momentos de alegria em família, num tempo em que a televisão deixava ver o que parecia ser demasiada ficção. E tanto já tinha de realidade, na denúncia do que as máquinas acabam por nos fazer.
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