Perguntaram-me os alunos, há algumas aulas, e por causa da disciplina de História, se 'vice' tinha ou não hífen.
A questão da hifenização é, sem dúvida, uma das mais complexas no que o Acordo Ortográfico propõe. A insegurança é sentida entre as palavras que deixaram de o ter, as que o mantiveram por razões pouco estáveis (como as designadas pelo "uso consagrado").
No caso de 'vice', um prefixo latino (sinónimo de 'substituto', 'em lugar de'), mantém-se a hifenização, tal como com 'ex-', 'sota-', 'soto-' e 'vizo-'. Registam-se, então, exemplos de palavras derivadas com o prefixo em causa:
Arco dos vice-reis, em Goa (construção de 1597)
vice-almirante
vice-campeão
vice-comissário
vice-cônsul
vice-diretor
vice-governador
vice-presidente
vice-primeiro-ministro
vice-reitor
Assim, em História, continuar-se-á a escrever 'vice-rei' (ou vizo-rei), sempre que se quiser dar conta de figuras como as de D. Francisco de Almeida ou Afonso de Albuquerque (vice-reis da Índia, no século XVI).
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