Porque há perguntas que contrariam a tradição (e não só).
Q: Na flexão dos adjetivos também se estuda o grau? Ou a flexão é só para o número e para o género?
R: As características flexionais típicas do adjetivo são precisamente as do número (singular / plural) e do género (masculino /feminino).
Segundo o Dicionário Terminológico, há instâncias de flexão que estão para além da afixação (como é o caso apontado dos tempos verbais compostos). Nesse sentido, o grau dos adjetivos pode precisamente entrar nesse âmbito flexional.
Discordo, em parte, desta posição. Seja ao nível do exemplo dado da formação dos tempos compostos seja ao nível do grau (dos adjetivos ou dos advérbios), considero que não é em termos flexionais que se processa tipicamente essa variação. Encaro-a muito mais no plano da sintaxe; já não no da morfologia (ou seja, no do domínio da palavra), com a habitual afixação. Há apenas uma exceção: o grau superlativo absoluto sintético, que é formado por sufixação.
Assim, 'grande > grandíssimo', 'belo > belíssimo', 'forte > fortíssimo' são exemplos da variação pela adição do sufixo de grau [-íssim-], acrescido do sufixo de género [-o(a)] e eventualmente do de número [-s].
De resto, são mecanismos sintáticos que permitem construir o grau comparativo (i), mais os restantes superlativos (ii e iii):
Discordo, em parte, desta posição. Seja ao nível do exemplo dado da formação dos tempos compostos seja ao nível do grau (dos adjetivos ou dos advérbios), considero que não é em termos flexionais que se processa tipicamente essa variação. Encaro-a muito mais no plano da sintaxe; já não no da morfologia (ou seja, no do domínio da palavra), com a habitual afixação. Há apenas uma exceção: o grau superlativo absoluto sintético, que é formado por sufixação.
Assim, 'grande > grandíssimo', 'belo > belíssimo', 'forte > fortíssimo' são exemplos da variação pela adição do sufixo de grau [-íssim-], acrescido do sufixo de género [-o(a)] e eventualmente do de número [-s].
De resto, são mecanismos sintáticos que permitem construir o grau comparativo (i), mais os restantes superlativos (ii e iii):
i) tão + ADJ + como / mais + ADJ + do que / menos + ADJ + do que
tão + ADV+ como / mais + ADV + do que / menos + ADV + do que
ii) muito + ADJ
muito + ADV
iii) o (a) mais + ADJ / o (a) menos + ADJ
o (a) mais + ADV / o (a) menos + ADV
Sucede ainda que a variação em grau pode ocorrer por via lexical, como acontece com os casos ditos etimológicos: bom > melhor > ótimo; mau > pior > péssimo; pobre > paupérrimo (adjetivos) / bem > melhor > otimamente; mal > pior > pessimamente; muito > mais (advérbios).
Um caso em que se pode dizer que a tradição já não é o que era, com evidências da própria língua.
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