domingo, 11 de novembro de 2012

Magusto e Martinho

    O tempo é de magusto, para relembrar Martinho.

    O dia acordou soalheiro. Não é verão de S. Martinho, mas, depois da chuva dos últimos dias, cumpriu-se a abertura do clima para fazer rezar a tradição.
   Em época de crise, cruzei-me com um pequeno adereço, na montra de uma loja, a que não resisti - a foto não é das melhores, embora sirva para mostrar o clima dos convivas. Inspirador, por certo, para quem (antes, agora ou depois) consiga fazer desta quadra uma oportunidade para esquecer as inconveniências, as agruras, o mal-estar, os incómodos. Assim se (re)cumprirá a moral da história, que Bento XVI relembrou mais ou menos nos seguintes termos:

     Nascido numa família pagã da Panónia (atual Hungria), por volta de 316, Martinho foi orientado pelo pai para a carreira militar. Ainda adolescente, ele cruzou-se com o Cristianismo, tendo-se inscrito entre os que se prepararam para o batismo. Recebeu-o por volta dos vinte anos. Teve que permanecer ainda por muito tempo no exército, no qual deu testemunho do seu novo género de vida.
    Quando se retirou do serviço militar, deslocou-se a Poitiers (França) e junto do bispo Hilário, foi ordenado diácono e presbítero; escolheu a vida monástica e deu origem, com alguns discípulos, ao mais antigo mosteiro conhecido na Europa, em Ligugé. Cerca de dez anos mais tarde, os cristãos de Tours, tendo ficado sem pastor, aclamaram-no seu bispo. Desde então, Martinho dedicou-se com zelo fervoroso à evangelização no campo e à formação do clero.
    Sendo-lhe atribuídos muitos milagres, São Martinho é famoso sobretudo por um ato de caridade e fraternidade: quando era ainda jovem soldado, encontrou na estrada um pobre entorpecido e trémulo de frio. Pegou no seu manto e, cortando-o em dois com a espada, deu-lhe metade. Nessa noite apareceu-lhe Jesus em sonho, sorridente, envolvido naquele mesmo manto.

     E do manto se fez auxílio, e do manto se fez calor.






Peça em calcário (século XVI) 
no Museu da Fundação Calouste Gulbenkian

     O dia é de Martinho - com ou sem magusto, com ou sem castanhas, com ou sem moliço, com ou sem verão -, para humanizar. 

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