domingo, 8 de maio de 2011

Poesia sem...

    Lembrei-me de muitos, lembrei-me de mim.

    Posso ter o mundo, mas há sempre a sensação de que falta qualquer coisa. 
    Então, fixa a mente essa falha, essa (pequena) falta que torna o tudo em nada. É lamentável este sim e não, que não dá espaço ao talvez (sim / não) e ao quase (sim / não).


POEMA SEM

Sou um desgraçado!

Abandonam-me...
Afastam-se de mim...
Não me livro dessa lei da morte
que me persegue, me apaga
de uma epopeia sem mar, sem horizonte... com fim.
Sem ventura, sem sorte nem norte...
Esta a queixa amarga:
não estão comigo.

Qual Camões, resta-me a gruta,
as paredes cruas de um espaço
desprovido de cores e de flores;
Sem Ilha dos Amores...

Triste, só e desamparado...
Vivo um presente à espera de futuro...
lembrando um tempo que passou.

Desasado estou.

                                                                                     Gondomar


    Pode ser pessoa. 
    Pode ser condição. 
    Pode ser motivo para o qual não haja reacção. 
    Pode ser um estado para o qual se anseia por uma acção.

    Que pode dizer um professor quando lhe falta o que assim o faz ser?

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