terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Na poesia do (des)amor

      Em vésperas de Dia dos Namorados, o Clube de Poesia da Escola Secundária de Gondomar fez lembrar que é preciso criar...

    Entre vários poemas, deu a conhecer um, de Clarice Lispector (1920-1977), que tem a particularidade de poder ser lido não só de cima para baixo (numa visão desencantada do amor, para não falar mesmo de desamor) como também de baixo para cima (numa versão bem mais encantada, apaixonada e idílica).


     Hoje, a aula destinou-se a explorar este jogo construtivo que a poesia também produz. Há outros, por certo: o das sonoridades, o da medida certa e da palavra certa no sítio certo, o da circularidade da mensagem (numa espécie de ciclo de eterno retorno), o da sensorialidade e do sensacionismo, o da construção de identidades e/ou de contrastes, o do jogo visual, o da ficção...
       Nesta base se falou de amor, se leram poemas de amor, se escolheram versos e se apontaram razões para que os olhos e o coração se fixassem naquelas palavras, naquelas ideias que se viram como singulares, sugestivas.
        
       Eugénio de Andrade dizia que, na produção de um poema, "há um verso que salta". Também nos leitores pode haver um que chame mais à atenção. Fomos todos à procura da razão para essa seleção.

4 comentários:

  1. Fico feliz, Vítor, por saber que o regulamento do Concurso de Poesia deste ano já deu alguns frutos, mesmo não sendo (ainda) com poemas a concurso.

    É bom saber que as atividades extracurriculares têm usos mais "íntimos" (adjetivo que evita curriculares e nos aproxima do tema do concurso!), muito mais potenciadores de aprendizagem, porque o poema é trabalhado numa perspetiva mais técnica e as ideias sistemazadas.

    Também é certo que a criatividade está lá e que estes momentos de aula possibilitam não só a aprendizagem mas também a vontade de "fazer um poema"! Esperamos.

    Em nome do Clube de Poesia, muito agradeço a divulgação da atividade nesta Carruagem 23, onde viajo várias vezes!

    E, a título pessoal, termino com o costumado beijinho
    IA

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    1. É verdade!
      Acho que poemas não vai haver, mas as aulas aconteceram com amor, com poesia, com corações e bolachinhas em formato de coração.
      Muitos trouxeram uma quadra de um soneto, julgando que aquela era o poema todo. A fonte era a página da internet... essa coisa que eles entendem como o melhor e maior dos saberes. Deu para aprender que não é assim.
      Cumprimentos ao Clube e beijinho à anónima IA.

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  2. Eu hoje estou numa de entrar na Carruagem e copiar algum do seu recheio. Sem plagiar! Coitada da ministra alemã que pediu a demissão por ter plagiado tese há 33 anos. Mais vale tarde...
    O poema da CL, enviado pela IAzinha, é maravilhoso. Por isso o quis partilhar com os meus alunos, recordando-lhes o concurso do Clube de Poesia. Como há o relato da tua experiência de aula, ainda melhor.

    Um beijinho
    M.

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    1. Que bom!
      Fica ainda a nota de que houve uma segunda aula na qual um aluno apresentou um texto produzido por ele e quis ofertar o público feminino com um coração rosa; o masculino, com um azul. Eu fiquei com um de cada.
      No final, ele distribuiu ainda uns coraçõezinhos de bolacha por todos os colegas, em embrulhozinhos pequenos tipo 'cracker'.
      Para mim houve um saco grande!
      Foi um momento poético delicioso (o da aula e o outro, quando comi as "bolachinhas amorosas".
      Beijinho.

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