As palavras são de um português; a música de uma brasileira. Em comum a língua e o Homem.
Pessoa dizia, de Mário de Sá-Carneiro, que não teve biografia, só génio; que viveu o que disse. O companheiro pessoano no Modernismo, que se autocaracterizou como um "castrado de alma", explorou o tema da angústia até ao final da vida, à qual pôs término com apenas 26 anos.
A ideia do Eu e do Outro tornou-se tema para expressão do desconhecimento face à representação de si mesmo; da aspiração à diferença do ser na existência; da partilha angustiada e entediada "do que está ao pé".
Eu não sou eu nem sou o outro,
Sou qualquer coisa de intermédio:
Que vai de mim para o Outro.
Lisboa, Fevereiro de 1914
Quatro versos para um narcisismo sacrificado a ponto de, tal como na expressão de Plauto - em Báquides (IV, 7-18) -, morrer jovem o que os deuses amam. Não tinha de necessariamente ser assim.
Tudo Belo, Verdade e Bem - (lido) em domingo de Sol.
ResponderEliminarObrigada. Continuação de boas Viagens!
Dolores