terça-feira, 30 de novembro de 2010

Papisa... carta de Tarot ou algo mais?

      Na base da História ou de uma lenda, o filme está para quem o quiser ver.

      A segunda carta do Tarot, nos arcanos maiores (logo a seguir à do Mago), é a da Papisa. Com vestes pontifícias, aparece como símbolo da sabedoria, do conhecimento, da intuição, do crescimento, da gestação, da nutrição da alma e do corpo.
      De tudo isto se compõe a personagem fílmica inspirada na obra mais recente de Donna Woolfolk Cross (1996): o romance Pope Joan. Cento e trinta anos antes, The Papess Joanne trouxe fama mundial ao escritor Emmanuel Rhoides... e a sua excomunhão pela Igreja Ortodoxa Grega.

     
    Entre os que apontam a impossibilidade de eleição da Papisa (no século IX) e os que a cruzam com influências de histórias da ortodoxia (e da heterodoxia), não deixa de haver quem busque o fundo histórico que, como qualquer visão da História contemporânea, não deixa de considerar a construção narrativa, a ficção,a versão possível, com o foco nos preteridos ou com a visão não oficial dos factos. Por que razão uma igreja só pode ser encabeçada pelo masculino?
     Trata-se de um drama histórico, co-produção inglesa e alemã realizada por Sönke Wortmann em 2010. Na sede de conhecimento, Johanna von Ingelheim guarda, durante muito tempo, um segredo - o que lhe dará acesso ao saber, ao poder e a um destino tão trágico que será apagado da História (por verdadeira ou por ficcional que seja a narrativa do passado).
    Afinal, a explicação de Dan Brown em O Código Da Vinci, para o afastamento das mulheres do poder eclesiástico, tem o seu traço de verosimilhança ou de verdade... quem sabe!
    
     Porque na História e nas lendas não deixou de haver mulheres que (também) fizeram a diferença.

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